Fundos de Investimentos registram a maior saída de recursos no ano

Indústria apresenta saldo negativo pelo sexto mês consecutivo

Em abril, os fundos de investimentos apresentaram resgates líquidos de R$ 43,2 bilhões, de acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Esse é o pior resultado do ano e marca o sexto mês consecutivo em que a indústria teve mais saques do que aportes.

Pedro Rudge, vice-presidente da Anbima, afirma que a captação líquida reflete o ânimo do investidor. Inflação, taxas de juros e outras incertezas na política econômica tornam o cenário menos previsível e diminuem o apelo dos fundos neste momento. No entanto, ele ressalta que a maioria das carteiras proporcionou retornos positivos aos investidores em abril.

Fundos de Investimentos
Fundos de Investimentos. Foto: Shutterstock

A categoria com o maior montante de saques líquidos foi a renda fixa, somando R$ 36,5 bilhões.

As classes que encabeçam esse movimento de retirada possuem, pelo menos, 80% do patrimônio líquido alocado em títulos públicos ou ativos de baixo risco de crédito.

Os brasileiros estão realizando saques para adquirir títulos de renda fixa isentos de Imposto de Renda, como Letras de Crédito do Agronegócio e Imobiliário (LCA e LCI), manter o padrão de vida diante da inflação elevada e quitar dívidas com juros altos.

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Os fundos multimercados e de ações aparecem em sequência, com saques líquidos de R$ 12,7 bilhões e R$ 5,5 bilhões em abril, respectivamente.

Essas modalidades enfrentam saídas decorrentes de dois anos de aumentos na Selic, que passou de 2% para 13,75% ao ano, referência para o rendimento de investimentos em renda fixa. Os investidores estão migrando de classes mais arriscadas para opções mais conservadoras.

Por outro lado, os fundos estruturados registraram captação líquida no mês. Os destaques são os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) e os FIPs (Fundos de Investimento em Participações), que lideram com entradas líquidas de R$ 9,6 bilhões e R$ 1,2 bilhão, respectivamente.

Os ETFs (fundos que seguem um índice de mercado e são negociados em bolsa) também encerraram o mês com aportes líquidos de R$ 547 milhões.

Fundos de Investimentos

O que são Fundos de Investimentos?

Fundos de investimentos são veículos de investimento coletivo que permitem aos investidores aplicar seu dinheiro em uma ampla variedade de ativos financeiros. Eles são geridos por gestores profissionais que tomam decisões de investimento com o objetivo de obter retorno para os investidores.

Os fundos de investimentos são estruturados como uma espécie de “condomínio”, onde cada investidor adquire cotas representativas de uma parcela do patrimônio total do fundo. Essas cotas são proporcionais ao valor que o investidor aplicou e podem ser resgatadas de acordo com as regras do fundo.

Existem diversos tipos de fundos de investimentos, classificados de acordo com suas estratégias e os ativos em que investem. Alguns dos principais tipos incluem:

Fundos de Renda Fixa

Investem predominantemente em ativos de renda fixa, como títulos públicos e privados, e têm como objetivo proporcionar retornos mais previsíveis e estáveis.

Fundos de Ações

Aplicam a maior parte do seu patrimônio em ações negociadas em bolsas de valores, buscando retorno a partir da valorização desses papéis e de dividendos.

Fundos Multimercados

Investem em uma combinação diversificada de ativos, como ações, renda fixa, câmbio, commodities e derivativos. Sua estratégia é flexível, permitindo que os gestores ajustem a carteira de acordo com as oportunidades de mercado.

Fundos de Investimento Imobiliário (FII)

Investem em ativos imobiliários, como imóveis comerciais, industriais ou residenciais, ou em títulos de dívida relacionados ao setor imobiliário, buscando retorno com aluguéis e valorização dos imóveis.

Fundos de Investimento em Participações (FIP) e Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC)

São fundos estruturados que investem, respectivamente, em participações acionárias de empresas (geralmente não listadas em bolsa) e em direitos creditórios originados de operações financeiras e comerciais.

Fundos de Índice (ETFs)

São fundos que replicam o desempenho de um índice de mercado e são negociados em bolsa, como uma ação.

Cada tipo de fundo possui características específicas em termos de risco, retorno e liquidez, e é importante que os investidores entendam essas diferenças para escolher o fundo que melhor se adapte aos seus objetivos e perfil de risco.

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