Urânio: a nova cara do ESG

Os fundos de investimentos ESG estão lançando uma nova moda. Agora, os gestores buscam colocar empresas de energia que usam o urânio no processo de produção. Isso porque o elemento químico é utilizado em mais de 50% da produção de energia limpa do mundo. Recentemente, o Fundo Warren Green, um dos mais rentáveis de 2020, colocou grandes valores em empresas que usam essa matéria prima.

Apesar disso, ainda é cedo para afirmam que a produção com urânio se popularizará no mundo. Contudo, gestores veem uma grande chance de crescimento dessa forma de produção. A expectativa se reforça à medida que os governos buscam formas melhores de lidar com suas matrizes energéticas.

Fundo Warren Green agora tem urânio

Composto 70% por ações brasileiras, 20% em ações estrangeiras e ETF e 10% em BDR, o Fundo Warren Green deu um passo importante no mercado financeiro do Brasil. O fundo informou ao mercado que colocou empresas ligadas ao urânio dentro da carteira do fundo.

Com um retorno acumulado de quase 60% desde seu lançamento, o fundo ficou entre os quatro mais rentáveis de 2020, com um retorno anual acumulado de 41,32% no ano. O fundo investe apenas em empresas sustentáveis. Em entrevistas, o gestor do fundo, Igor Cavaca, afirma que os investimentos ESG são mais rentáveis no longo prazo. Isso porque o mercado buscará meios de acabar com os impactos ao planeta, além de gerar maior conexão entre empresas e consumidores.

Porém, a maior novidade do fundo, em relação aos demais de mesma proposta, é o fato de o Fundo Warren Green investir em Urânio. Apesar de ser um fundo e ter acesso diferenciado a diversos ativos, os investidores comuns também podem investir em urânio, uma das mais promissoras fontes de energia do mundo.

Urânio
Foto: Getty Images

Como investir?

O investidor que quiser investir em urânio ainda precisará investir em produtos que contam com taxas ou, ainda, fazer isso através de corretoras americanas. Isso porque a bolsa de valores brasileira ainda não tem um ETF que replique ativos internacionais nas corretoras brasileiras.

Apesar disso, a bolsa americana conta com dois ETF principais nessa modalidade. O primeiro é o Global X Uranium ETF (URA). O segundo, por sua vez, é o North Shore Global Uranium Mining ETF (URNM), que integra a carteira do Fundo Warren Green. Atualmente, o preço da cota do URNM está em US$65,22, em torno de R$306. Além disso, existem diversas empresas ligadas ao setor, como Cameco Corporation (NYSE: CCJ), Ur-Energy Inc (NYSE: URG), NexGen Energy Ltd (NYSE: NXE), Rio Tinto Group (NYSE: RIO), BHP Group (NYSE: BHP), Uranium Energy Corp (NYSE: UEC) e a Energy Fuels Inc (NYSE: UUUU). Contudo, para os investidores brasileiros, o mais fácil é, ainda, investir no Fundo Warren Green através da plataforma da empresa. Isso porque nenhuma das empresas tem BDR.

Apesar disso, é importante que o investidor saiba que os resíduos da produção de energia com urânio podem gerar grandes impactos no ambiente. Por outro lado, empresas que usam essa matéria prima investem em pesquisas para que, no futuro, os resíduos sejam utilizados em outros mercados.

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