Nova variante do coronavírus mexe com mercado financeiro mundial

O mercado financeiro mundial reagiu com nervosismo ao anúncio de uma nova variante do coronavírus, detectada na África do Sul, chamada de ômicron, classificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma “variante de preocupação”, o que lança incertezas sobre a trajetória da economia mundial.

Apesar de ainda não se saber se ela é mais transmissível ou mais letal, os impactos nos mercados foram imediatos. Bolsas caíram ao redor do mundo, fazendo empresas perderem valor de mercado. Já os preços do petróleo tiveram a maior queda diária desde abril de 2020. O dólar também reagiu e teve forte alta, chegando perto de R$ 5,60 no Brasil.

Como a OMS já anunciou que precisará de semanas para compreender melhor o comportamento da variante, a tendência é que a volatividade nos mercados predomine nos próximos dias.

Impactos no Brasil

Um dos maiores temores é que a disseminação da variante leve a novas medidas de isolamento e prejudique a recomposição das cadeias globais de suprimentos, dominadas pela Ásia, aponta Fábio Pereira Andrade, professor de economia do curso de Relações Internacionais da ESPM São Paulo.

Para ele, a somatória do aparecimento da nova variante com a quarta onda da Covid-19 na Europa, um mercado comprador dos produtos brasileiros, pode ter impacto sobre a economia do país.

Bolsas internacionais

No exterior, as ações das companhias aéreas lideraram a queda generalizada nos mercados depois da suspensão pela União Europeia e pelos EUA de voos oriundos da África do Sul e mais sete nações africanas por causa de receios com a nova variante do coronavírus.

As ações despencaram em Wall Street, nos EUA, na sexta-feira, enquanto as ações europeias sofreram o maior movimento de venda em 17 meses.

O índice Dow Jones caiu 2,53%, a 34.899 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 2,27%, a 4.595 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 2,23%, a 15.492 pontos.

As vendas de ações foram amplas, com grandes quedas em todos os 11 principais setores do S&P, exceto saúde, que caiu apenas ligeiramente graças aos fortes ganhos da Pfizer e Moderna, fabricantes de vacinas contra a Covid-19.

O índice de volatilidade CBOE, popularmente conhecido como o medidor do medo de Wall Street, atingiu seu nível mais alto desde 20 de setembro.

Já na Europa, o índice FTSEurofirst 300 caiu 3,71%, a 1.796 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 perdeu 3,67%, a 464 pontos – em sua pior sessão desde junho de 2020 -, recuando 4,5% na semana.

A medida de volatilidade para o principal mercado acionário chegou a uma máxima de 10 meses.

 

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