Câmara derruba veto de Bolsonaro e fundão será recorde

O Senado Federal derrubou o veto do presidente Jair Bolsonaro sobre o fundão eleitoral na sexta-feira, 17. Com isso, o dinheiro destinado à campanha dos políticos vai de R$2,1 bi para R$5,7 bi no ano que vem. O valor é o maior para esse gasto. Antes de os senadores derrubarem, a Câmara dos Deputados também havia barrado o veto por 317 a 146 votos.

Apesar da aprovação, o valor ainda precisa ser aprovado na lei do orçamento de 2022. Contudo, analistas acreditam que não haverá problemas para passar essa pauta.

O fundão eleitoral e a polêmica

O fundão eleitoral deu o que falar quando da aprovação de seu valor. Anteriormente, Bolsonaro ficou em uma situação difícil, dado que precisava do apoio do Congresso para aprovar pautas importantes. Contudo, o presidente barrou o aumento para R$5,7 bilhões, deixando a quantia de R$2,1 para as campanhas eleitorais. Só que o entrave não estava finalizado, dado que o projeto voltaria para o Legislativo.

E na última sexta-feira, 17, deputados e senadores barraram o valor de R$2,1 bilhões, voltando à quantia de R$5,7 bilhões. Esse valor é destinado a todos os partidos para a confecção de materiais para a campanha eleitoral. Ao vetar, Bolsonaro afirmou que a quantia afetaria outras pautas do orçamento. Contudo, nos bastidores o discurso é de que o presidente atendeu ao eleitorado, mas que não faria nada para impedir o veto do Legislativo.

Com isso, segundo analistas, o presidente sai como o certo da questão, não manchando sua imagem em um ano decisivo para as eleições. Vale lembrar que Bolsonaro não se posicionou, publicamente, contra os valores vultuosos do fundão, mesmo que tenha vetado.

Além disso, durante a sessão, dentre os partidos que lideraram o movimento para o veto estão o PL, sigla de Bolsonaro, e demais partidos do chamado Centrão.

fundão
Foto: Agência Senado

O valor preocupa para 2022

Com um orçamento apertado e contando as moedas, o fundão eleitoral de R$5,7 bilhões preocupa especialistas e economistas. Isso porque além da manobra fiscal para aprovar o Auxílio Brasil, agora o governo deverá arcar com mais uma despesa relevante. Dentre as 25 principais nações do mundo, o Brasil será o que mais gastará com medidas eleitorais.

Na sessão de votação, o líder do PL na Câmara, Wellington Roberto (PL-PB), se mostrou a favor do veto, afirmando que as eleições precisam dos recursos federais. “Todos sabemos que não fazemos eleições sem recursos”, disse o deputado. Na votação, apenas quatro partidos se posicionaram contra o aumento do fundão eleitoral: PSL, PSOL, Podemos e Novo. O filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), votou contra o aumento das verbas.

Ainda pensando em eleições, as siglas que lideram as pesquisas votaram a contra o veto de Bolsonaro, de modo a captar mais recursos para a corrida eleitoral. É o caso do PT e do PSB, que formam uma aliança com Alckmin e Lula. Por outro lado, PL, PP e Republicanos, aliança de Bolsonaro, também foram no mesmo sentido, buscando aumentar o financiamento para suas campanhas.

Após o veto, Bolsonaro não mencionou o assunto na imprensa, nem em suas redes sociais.

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