Selic: Banco Central sobe juros para 7,75%

O mercado já esperava uma alta da Selic e ela veio conforme o esperado. O aumento da taxa Selic foi de 6,25% para 7,75%, o que representa um aumento de 1,5 p.p. nessa reunião. Além disso, o Banco Central deixou claro qual será a política para os próximos encontros.

Com isso, os players do mercado começam a ter informações mais precisas do governo brasileiro e podem fazer suas previsões de forma mais embasada.

O aumento veio conforme esperado?

Em sua grande maioria, sim. Isso porque o mercado acreditava, inicialmente, em um aumento de 1 ponto percentual. Contudo, as notícias da inflação mexeram nas perspectivas do mercado que, sem tempo para fazer mais cálculos, ficou perdido nas previsões.

Com isso, expectativas de alta de 2% até 3% foram vistas nos relatórios, mas um consenso geral via o aumento de 1,5% como um ajuste aceitável. Além disso, o Banco Central, que havia dito que aumentaria em 1% a Selic nos próximos encontros, agora afirma que o ajuste será na casa dos 1,5%, conforme fez hoje.

A decisão pelo aumento de 1,5 p.p. foi unânime e levou em conta a alta do dólar, a inflação e o furo do teto de gastos. Com isso, o Risco-Brasil ficou elevado, necessitando de um reajuste mais forte na taxa básica de juros.

Banco Central Selic
Foto: Banco Central / Reprodução

O cenário internacional também pesou

O Banco Central, através da publicação em seu site, informando a nova taxa, falou sobre os motivos da decisão. Dentre os tópicos levantados, o primeiro cita o cenário internacional de alta dos preços.

Com isso, o Banco Central vê o mundo todo elevando as taxas de juros, o que, segundo a entidade, representa “um cenário mais desafiador para economias emergentes“, como é o caso do Brasil. Para resumir, economias desenvolvidas, quando aumentam suas taxas, atraem mais os investidores, mesmo que o percentual seja mais baixo que no Brasil, por exemplo. Por isso, com o mundo todo subindo os juros, o Brasil corre o risco de ficar sem financiamento externo.

Ainda no cenário externo, o Banco Central afirma que “uma possível reversão, ainda que parcial, do aumento recente nos preços das commodities internacionais em moeda local produziria trajetória de inflação abaixo do cenário básico“. Isso porque a alta do petróleo e de outras commodities afetam os preços no país, assim como a alta do dólar.

A Selic não é apenas em 2021

O Banco Central ainda afirmou que o seu calendário econômico já é pensado para atender as expectativas de 2022 e 2023. Isso porque as recentes alterações nas previsões de crescimento para o país no ano que vem são preocupantes.

Dessa forma, alguns bancos já estimam uma recessão no ano que vem, enquanto que bancos mais “otimistas” veem um cenário de crescimento nulo. Por isso, a nota também afirma que “para a próxima reunião, o Comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude”, o que resultaria em uma taxa Selic de 9,25% no final de 2021, o que não acontece desde agosto de 2017.

Com isso, as frequentes pressões nos juros devem começar a colocar a inflação para baixo, caso o cenário se mantenha como está. Uma eventual subida nas commodities ou qualquer outro grande impacto na economia poderia atrapalhar esse arrefecimento.

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