Selic e dólar: o que podemos esperar daqui em diante?

O Banco Central, através do COPOM, falará ao mercado qual a nova taxa básica de juros do Brasil, a Selic. Contudo, algumas especulações já começam a rondar o mercado financeiro e nenhuma delas é boa para o país. A preocupação com o dólar aumenta.

Diante disso, o risco fiscal, o cenário das eleições e a inflação são os principais temores dos investidores, que gradativamente buscam sair da bolsa brasileira. Com essa fuga, a bolsa já soma mais de 9% de queda no ano, se tornando um dos piores investimentos para os brasileiros em 2021. Por outro lado, a renda fixa está arrecadando valores recordes.

Como o BC deve reagir à Selic?

Essa é a principal incógnita que deixa os investidores de cabelo em pé. Com isso, um reajuste fraco poderia seguir pressionando a inflação. Porém, um reajuste alto pode acabar minando a recuperação econômica do país em 2021.

E diante dessa incerteza, o mercado começa a acreditar fortemente que o reajuste de hoje virá acima do 1 ponto percentual. Com isso, especulações de aumento de 3% já foram direcionadas ao mercado. Essa previsão é da Genial Investimentos. Contudo, uma subida muito brusca poderia atrapalhar a economia, aumentando ainda mais o desemprego no Brasil.

Dessa forma, não é absurdo pensar que uma Selic a 7,75% a partir de amanhã seja loucura. Um reajuste de 1,5% para cima vem de acordo com o que o país, em tese, precisa: retomar a economia e segurar a inflação. Ainda, não se descarta um aumento de 2% também.

Selic
Foto: Pixabay

E o dólar?

O dólar deve continuar operando em alta nos próximos meses se tudo permanecer como está. Isso porque com a inflação saindo das metas do BC e a economia gradativamente desacelerando, os investidores devem sair daqui.

Isso porque o Risco-Brasil está nas máximas do ano e isso espanta os investidores internacionais. Por isso, é comum vermos que um aumento na Selic não passe a refletir um percentual onde os investidores estejam seguros de seus investimentos. Somado a isso, o aumento das taxas dos títulos americanos deve desvalorizar ainda mais o real.

Assim, a moeda estrangeira pode, facilmente, atingir a casa dos R$6,00 e recair sobre um aumento de preços por aqui.

O momento delicado

O Brasil passa por um momento delicado e o Banco Central, através da Selic, pode ver o dólar sair de controle. Com isso, a economia tem mais chances de afundar do que de se recuperar.

Isso porque parece que os instrumentos utilizados não estão mostrando eficácia, principalmente após o furo do teto de gastos. Contudo, o Governo Federal passa por dois momentos diferentes também. O primeiro é a encruzilhada econômica na qual o Brasil se encontra: ou aumenta juros e esfria a economia; ou mantém juros baixos e pressiona a inflação. O segundo momento é a chegada das eleições, onde o presidente Jair Bolsonaro já começou a movimentar sua campanha.

Por isso, não parece absurdo que as necessidades da economia não sejam totalmente atendidas e que o risco de investir por aqui seja ainda maior. Para os investidores, o sinal de diversificação já está acesso e deve ser olhado com bastante carinho.

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