Ibovespa tem segunda queda na semana; dólar dispara

O Ibovespa operou em alta pelo segundo dia consecutivo. Apesar da queda de ontem vir de um esfriamento do mercado, hoje a situação foi diferente. O índice também começou o dia no positivo, mas fechou em queda devido aos dados da inflação nos Estados Unidos. Além disso, amanhã o FED, banco central americano, decidirá o futuro da política monetária do país.

No Brasil, a ata da reunião do COPOM, que aumentou a Selic a 9,25%, também repercutiu no mercado. Com isso, o índice fechou em -0,58%, totalizando uma baixa de 0,97% na semana, até agora.

A ata do COPOM e o futuro do país

A ata do COPOM, tradicional documento que permite que os investidores vejam a visão do governo sobre a economia, veio com o tom esperado: o governo vai subir as taxas mais ainda. Isso porque a inflação ainda segue alta, mesmo com as consequências da política monetária começarem a aparecer. Com isso, o Banco Central manteve o discurso de que pode aumentar a Selic em mais 1.5 ponto percentual em 2022.

Dessa forma, a Selic chegaria ao patamar de 10,75%, passando dos dois dígitos. Apesar disso, o mercado prevê um topo de 12% para a taxa básica de juros, o que impulsiona os rendimentos da renda fixa, mas faz com que a renda variável sofra. Na parte das despesas públicas, uma alta taxa de juros representa um aumento do déficit público. Somado a isso, temos o furo do teto de gastos que aumenta a incerteza fiscal do Brasil.

Por isso, a bolsa segue sem potencial de alto crescimento para o curto prazo. Analistas acreditam que a correção e uma eventual subida forte podem começar a aparecer a partir do primeiro trimestre de 2022, com a Selic dando sinais de queda. Até lá, analistas acreditam em uma bolsa de lado, sem muitas emoções.

Lá fora o cenário preocupa o Ibovespa

Não bastasse o noticiário ruim por aqui, dos Estados Unidos vêm notícias que também não agradam o Ibovespa. O índice pode sofrer quedas relevantes a partir de amanhã, caso o FED decida surpreender o mundo. Por lá, o tapering é uma realidade e isso afeta as bolsas do mundo todo. Por isso, a taxa de juros por lá deve mexer na bolsa daqui.

Isso porque amanhã o FED, banco central americano, vai decidir as taxas de juros da economia americana. Essa taxa reajusta os rendimentos dos títulos públicos americanos, os investimentos mais seguros do mundo. Por isso, quando a remuneração sobe por lá, a bolsa cai por aqui, com a saída dos investidores do Brasil. O mercado acredita em uma leve alta da taxa, caso ela aconteça. Contudo, um aperto mais forte do FED pode atrapalhar o Ibovespa ainda mais.

Hoje, Nasdaq operou em queda de 1,14%, resultando em uma queda de 5% desde que atingiu o topo, no dia 19 de novembro. Por outro lado, o S&P 500 também teve queda, mas de 0,75%, refletindo certa confiança dos investidores nas grandes empresas do país. Já o Dow Jones caiu 0,30%, no seu papel de cenário mais seguro da economia americana.

Exatamente por isso, o dólar encostou nos R$5,70, o maior patamar desde abril. Com isso, a moeda americana soma uma valorização de 9,45% em relação ao real. A alta da moeda americana deve pressionar para cima a inflação brasileira.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.