Ibovespa despenca com temor mundial sobre Ômicron
Não teve jeito, o índice de ações brasileiras seguiu o mercado internacional e despencou no primeiro pregão da semana. Nessa segunda-feira, 20, o Ibovespa caiu 2,03% com o temor mundial em relação ao crescimento de casos ligados à Ômicron. A queda, apesar de ser maior que seus pares, seguiu o mercado internacional. Nos Estados Unidos, os três índices operaram em queda.
O lockdown na Holanda e os dados sobre a pandemia no Reino Unido foram os principais motivos de medo dos investidores. A perspectiva é de que a variante possa atingir fortemente outros países nas próximas semanas, como o Brasil.
Nada favorável no mundo
O mundo inteiro se deparou com uma notícia que pensávamos que não aconteceria novamente: lockdown decretado e aumento de casos de covid. Mesmo com a vacinação em massa, os países sofrem com o aumento de casos de covid, principalmente relacionados à variante Ômicron. Porém, segundo estimativas, a grande maioria dos internados são não-vacinados.
Com isso, a Holanda decretou lockdown até, pelo menos, 14 de janeiro, cancelando as festas de natal e virada do ano. Além disso, diversos países começam a restringir a entrada de viajantes do Reino Unido, país mais afetado pela nova cepa. Na Inglaterra, mais de 90 mil casos foram registrados relacionados à Ômicron. Cientistas ainda apontam que o número de pessoas com a covid está dobrando a cada dois ou três dias. De fato, o aumento preocupa não apenas a comunidade científica, mas também os economistas.
Isso porque com a inflação nas alturas na maioria dos países, uma nova restrição poderia resultar em uma aumento maior ainda dos preços. Algumas economias, como a brasileira, não suportariam mais um ano de inflação elevada e isso levaria a um cenário de desemprego mais alto e crescimento negativo. Em suma, o Brasil ruma à estagflação, o que também entra no radar do Ibovespa.
Por isso, investidores começaram a semana com uma grande aversão ao risco. O Ibovespa caiu 2,03%, com destaque para CVC, Localiza e Siderúrgica Nacional, que caíram 8,75%, 7,13% e 6,91%, respectivamente. Na parte das altas, temos JBS, Eneva e Minerva, subindo +1,43%, 1,29% e 1,21%, respectivamente.
Lá fora os índices fecharam igual ao Ibovespa
No mercado americano, os índices fecharam da mesma forma que o Ibovespa: em queda. Apesar de terem percentuais menores, dada a maior segurança da economia, os índices parecem perder força e se afastar das máximas históricas que atingiram recentemente.
Por lá, Nasdaq fechou em -1,24%, sendo a maior queda diária. Seguindo, o S&P 500 caiu fortes 1,14%, enquanto o Dow Jones operou em baixa de 1,23%, um patamar bastante elevado para o índice. O temor da velha economia fica, justamente, nas perspectivas para os preços das commodities. Apesar de subirem, o cenário de lockdown significa um menor abastecimento ao mercado internacional.
A variante Ômicron interrompeu um mês de forte alta no Ibovespa, que vinha se recuperando com força das últimas quedas mensais. Apesar do tombo de hoje, o índice tem um saldo positivo de mais de 4% no mês. No retorno anual, o Ibovespa já perde 11,64%, mantendo a posição de segunda pior bolsa de valores do mundo em 2021.