Ibovespa tem leve alta, mesmo com pressão externa

A alta de juros nos Estados Unidos pressionou os ganhos da bolsa brasileira, mas no final do dia o Ibovespa conseguiu fechar em alta de 0,28%. Ao contrário da bolsa brasileira, os índices internacionais sentiram a pressão e fecharam em forte baixa no dia. Além do FED, as ações brasileiras se sustentaram pelas commodities, como o minério e o petróleo. Esse último atingiu as máximas desde 2014.

Dos destaques do dia, as ações ligadas às commodities brilharam. Em primeiro lugar, PetroRio subiu 4,82%, seguida por Cogna, com alta de 3,69%. Em terceiro lugar, Gerdau subiu 3,40%. Por outro lado, as quedas foram lideradas por Locaweb, que caiu 10,61%. Em segundo lugar, Banco Inter caiu 10,43%, enquanto alpargatas caiu 7,88%. Além disso, Vale subiu 2,45%, enquanto Petrobrás subiu 0,44%.

O Ibovespa se descolando dos Estados Unidos

O Ibovespa está descolado dos pares internacionais desde o ano passado. Contudo, enquanto 2021 foi de queda, ante forte alta na terra de Joe Biden, 2022 está sendo o contrário. Até agora, o índice brasileiro está subindo 2,64% no ano, enquanto o S&P 500, por exemplo, está caindo 4,58%. A comparação é melhor, caso o investidor veja o retorno do índice Nasdaq, que cai 8,37% até agora.

Porém, o noticiário do Brasil não foram tão bons hoje. Em Brasília, servidores protestaram por reajuste. Isso porque o orçamento de 2022 prevê aumento apenas para policiais, o que desagradou os servidores da Receita e do Banco Central. Apesar disso, economistas afirmam que a União não tem verbas suficientes para atender as demandas do funcionalismo.

Por outro lado, o mercado também ficou de olho na temporada de balanços trimestrais dos Estados Unidos. Enquanto no ano passado as ações deram surpresas positivas para o mercado, superando as expectativas, no último trimestre de 2021 os resultados foram outros. Hoje, a principal decepção foi com a queda de 13% no lucro do banco Goldman Sachs, um dos principais bancos de investimentos do mundo.

Ibovespa
A bolsa americana sentiu a alta dos juros, que pode vir acima do esperado em março. Foto: Reuters

Lá fora, a situação é diferente

Enquanto o Ibovespa sobe por aqui, o índices americanos preocupam os investidores. Apesar disso, analistas afirmam que é cedo para medir os impactos das altas dos juros na prática, dado que isso ainda vai demorar para acontecer. Segundo analistas, as sucessivas quedas podem fazer com que a bolsa americana fique descontada até o meio do ano.

Hoje, o índice Nasdaq sofreu. Com a alta dos juros, as techs são as principais afetadas, dado que são empresas menos consolidadas no mercado. O índice das empresas de tecnologia caiu 2,60%, a maior queda nos Estados Unidos. Em segundo lugar, o S&P 500 caiu 1,84%, representando o temor generalizado pelo mercado de maior risco hoje. O Dow Jones, a bolsa mais consolidada do país, também caiu forte, fechando em baixa de 1,51%. O resultado vem com a expectativa de que os juros podem subir mais que o esperado pelo mercado, já em março.

Por aqui, o dólar não resistiu e subiu 0,61%. Segundo especialistas, a maior procura por dólares serve justamente para a compra de títulos de renda fixa na maior economia do mundo. A moeda fechou o dia cotada a R$5,56 na compra e na venda.

 

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