ETF BAD levanta polêmica no mercado financeiro; entenda

Um ETF novo gerou polêmica no mercado. Indo contra as pautas ESG, o BAD investe apenas em empresas ligadas ao setor do álcool, drogas e apostas. O ativo, listado nos Estados Unidos e lançado pela Listed Funds Trust, é o 450° fundo de índice lançado na maior bolsa do mundo.

Apesar disso, ele chegou causando muito barulho. À medida que os gestores e as empresas mudam suas estratégias para proteger o planeta e gerar mais saúde e coesão social, o ETF Malvado, traduzindo livremente, vai na direção oposta.

Os mercados mais feios da economia

O ETF BAD investe apenas em setores que não são bem vistos pelos investidores. Apesar disso, os gestores do fundo afirmam que as empresas do índice são bastante aceitas no cotidiano. Com isso, os especialistas favoráveis ao ETF dizem que há chances de lucros recorrentes.

Contudo, desde seu lançamento, o ETF já perdeu mais de 9% de seu valor. Por outro lado, o lançamento ocorreu no dia 22 de dezembro. Desde então, as bolsas americanas já caíram 12,04% (Nasdaq) e 6,94% (S&P 500). Por isso, especialistas acreditam que a queda do BAD se dá por conta de um movimento de mercado, não por uma má visão dos investidores especificamente.

Dessa forma, o ETF ainda não conseguiu provar seu valor durante o tempo. Porém, é curioso que seja lançado um fundo que invista em mercados nada populares. Além disso, os produtos das empresas que constam na carteira são, geralmente, tido como polêmicos. Isso porque as empresas estão ligadas a jogos de azar, drogas lícitas e ilícitas, e também empresas de apostas.

BAD
Foto: Raimond Klavins | Reprodução

Onde investe o ETF BAD?

As 10 maiores empresas da carteira do ETF BAD são ligadas ao setor de bebidas alcoólicas. Dentre os ativos, estão empresas conhecidas pelos brasileiros, como a Ambev. Porém, a maior parte do portfólio é ligado ao setor de cervejarias, vinhos e destilados em geral.

Segundo sites especializados, mais de 25% da carteira estão ligadas a empresas de bebidas. Apesar de ser no mesmo setor, as companhias são de diferentes localidades, além de contar com holdings mundiais. Para isso, o fundo investe em empresas americanas, bem como ADR (American Depositary Receipts) de empresas estrangeiras listadas na bolsa americana. No total, o BAD tem entre 50 e 65 empresas listadas em bolsas americanas. A maior posição é de 2,89%, alocado na empresa AB InBev, holding que detém boa parte do capital da Ambev. Apesar disso, o fundo também investe diretamente na Ambev brasileira, através de ADR, com 2,51% do dinheiro nessa empresa.

Para isso, a empresa segue o EQM BAD Index, um índice de empresas que, apesar do nome, não foi criado exclusivamente para a criação do ETF. Isso porque o índice existe desde 2016. Desde então, o índice subiu 108,1%, ante 142,1% do S&P 500. Segundo especialistas, isso pode ser um indicador de que o fundo dificilmente deve ser muito superior ao mercado. Isso porque ele não conta com grandes aportes em empresas de crescimento, apesar de que a legalização de muitos produtos, em diversos países, pode mudar essa realidade.

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