Endividamento deve seguir elevado devido a inflação e crédito consignado

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revelou no início da semana que o endividamento e a inadimplência bateram recorde no país em julho. A saber, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) nunca registrou dados tão elevados quanto no mês passado.

Em resumo, as famílias do país estão encontrando muitas dificuldades para pagar contas e dívidas. Diversos fatores estão provocando esse cenário, e o mais conhecido é a inflação elevada, que vem afetando a renda da população há meses.

No entanto, outro ponto está aumentando a preocupação do mercado: o crédito consignado do Auxílio Brasil. Em suma, a operação permite que os beneficiários do programa solicitem empréstimos a bancos. E os valores serão descontados diretamente da folha de pagamento do auxílio.

O problema é que esses descontos mensais podem chegar a até 40% do valor pago pelo programa social. Em outras palavras, os bancos poderão descontar até R$ 240 do auxílio, deixando apenas R$ 360 para o cidadão utilizar no mês, ou seja, o endividamento poderá crescer ainda mais no país.

Segundo a economista da CNC, Izis Ferreira, essa operação poderá aumentar o endividamento no país. “O consignado é ‘certo’ [sem risco de inadimplência], mas por falta de espaço no orçamento o consumidor pode deixar de pagar outras dívidas”, disse.

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Empréstimos comprometem 30% do orçamento das famílias

De acordo com os dados da Peic, 30,4% do orçamento das famílias estava comprometido com empréstimos. A saber, esse é o maior percentual desde novembro de 2017 (30,6%) e indica que as dívidas estão apertando cada vez mais a condição financeira dos brasileiros.

Diante destes dados, Izis Ferreira destacou que a parcela dos “superendividados” continua se mantendo em nível bastante elevado no país. Em síntese, esse termo se refere aos brasileiros que têm mais da metade do orçamento comprometido com empréstimos.

“Do total de endividados, 21,9% tem mais da metade da renda comprometida com dívidas”, disse Ferreira. Embora o percentual seja menor que o de junho (22,2%), não fica muito distante da sua máxima, alcançada em dezembro de 2015 (26,5%).

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