Bolsonaro vê aprovação cair para 19%

A empresa de pesquisa Atlas divulgou dados de um levantamento próprio que aponta que a popularidade de Jair Bolsonaro caiu para 19%. Os dados foram coletados entre os dias 23 e 26 de novembro. O número indica uma popularidade em queda e analistas acreditam que o momento da economia está afetando a aprovação do presidente.

Em janeiro de 2019, a aprovação era de 39%. Há um ano, girava em torno dos 31%. Agora o patamar ficou ainda mais baixo.

A queda da popularidade

A queda da aprovação da gestão de Bolsonaro vem em meio a uma escalada de preços e uma piora no cenário da economia. Assim como ocorre em todos os governos, quando a economia vai mal, a popularidade do governo cai, independentemente das causas. Foi exatamente isso que aconteceu no mandato de Dilma Rousseff e uma das premissas para o impeachment.

Exatamente por isso que no lado oposto, 60% das pessoas acreditam que a gestão de Bolsonaro é ruim ou péssima. O patamar é o segundo maior da série de pesquisas, quando em setembro a rejeição atingiu 61%. Nesse meio, 20% das pessoas acreditam que a gestão é regular. Para coletar os dados, a Atlas entrevistou 4.921 pessoas durante 4 dias. A margem de erro é de um ponto percentual para cima e para baixo.

Apesar dos dados, a Atlas faz pesquisas apenas via internet através de anúncios publicitários, consultoria e convites em massa. Isso faz com que fiquem de fora, por exemplo, pessoas sem acesso à internet, que na grande maioria são pessoas de baixa renda. Vale lembrar que o Auxílio Brasil e o Auxílio Emergencial aumentaram a aprovação do atual governo nas classes C e D, via pesquisas do Poder 360 e Valor Econômico.

Os motivos da impopularidade de Bolsonaro

Segundo Andrei Roman, diretor da Atlas, o governo Bolsonaro se elegeu pautado na luta contra a corrupção e com propostas fortes para a segurança pública. Apesar disso, desde 2019 o governo tem seguidamente falhado nessas áreas, fazendo com que o eleitorado não tenha mais identificação com o governo.

Um fato que foi marcante nessas propostas foi o pedido de demissão de Sérgio Moro. Anteriormente tido como “superministro” ao lado de Paulo Guedes, o ex-ministro da Justiça agora é pré-candidato à presidência em 2022 pelo Podemos. Além disso, notícias de Brasília levantam a possibilidade de uma chapa com João Doria, atual governador de São Paulo.

Segundo a Atlas, para 59,2% das pessoas, a corrupção está aumentando. Na segurança pública, 65,2% acreditam que o Brasil está mais violento. No âmbito da economia, 72,3% das pessoas afirmam que a economia do Brasil não está nos seus melhores dias. Um dos grandes responsáveis por isso é o IPCA, que afeta diretamente o bolso do consumidor na hora de ir ao supermercado.

Andrei Roman ainda afirma que “antes, a popularidade de Bolsonaro caía quando ele criava uma crise ou surgia uma notícia ruim, mas sempre se recuperava rapidamente após a fase de maior turbulência. Agora ele parece ter perdido essa capacidade de pronta recuperação. Sugere um desgaste que veio para ficar”.

Além dessa pesquisa, diversas outras instituições afirmam que o caso de Bolsonaro está crítico. Isso porque nos cenários prováveis de eleição, Bolsonaro perde em todos eles para o ex-presidente Lula. Além disso, recentemente Sérgio Moro começou a encostar em ambos os candidatos. Opositores do governo, apesar disso, afirmam que ainda é cedo para especulações dessa magnitude e que a corrida eleitoral precisa começar, com propostas, para que se tenham dados mais verídicos.

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