Biden descarta nova ‘Guerra Fria’ em seu discurso na ONU

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden falou hoje na Assembleia Geral da ONU em Nova York.

Com as crescentes tensões diplomáticas envolvendo tratados fechados por ele, a autoridade descartou que esteja buscando um novo conflito aos moldes do século XX.

O enredo

No dia 16 de setembro, um acordo entre Estados Unidos, Reino Unido e Austrália, conhecido como Aukus, foi divulgado por Biden, Boris Johson e por Scott Morrison.

O acordo prevê uma parceria entre os três países para desenvolver submarinos movidos a energia nuclear com tecnologia americana.

Com o tratado de segurança feito em segredo pelos três países, a notícia veio como um balde de água fria para a China, que não gostou nem um pouco da novidade.

Minutos após a divulgação do fato, a embaixada chinesa em Washington acusou os Estados Unidos de terem uma “mentalidade de Guerra Fria e preconceito ideológico”, se referindo às tensões entre as duas grandes potências mundiais na economia.

Além disso, autoridades da França também ficaram descontentes, pelo fato de já terem um acordo bilateral com a Austrália que, agora, foi desfeito.

Contudo, o embate entre as duas maiores economias do mundo é uma questão fundamental para o eleitorado e para a economia americana.

Por isso, desde a ascensão de Donald Trump, e seguindo no mandato de Joe Biden, os Estados Unidos buscam controlar, da forma que podem, os países de influência chinesa, para segurar o grande crescimento da economia do país asiático.

Biden
Embaixador da China critica o acordo Aukus. [Imagem: TV Globo – reprodução]

Na ONU

No discurso na Assembleia Geral da ONU, Biden alegou que não deseja iniciar o que chamou de “nova Guerra Fria”.

“Não estamos buscando. Vou repetir, não estamos buscando uma nova Guerra Fria ou um mundo dividido em dois blocos rígidos”, disse.

Posteriormente, afirmou que o país está disposto a ajudar todos os estados do planeta, mesmo aqueles com os quais tem divergências. Disse também que ações militares não podem conter a pandemia e que a política internacional do país, de agora em diante mudou.

Ao falar disso, ele se refere às críticas que recebeu na retirada das tropas americanas do Afeganistão. Para Biden, a nova cara dos Estados Unidos está no multilateralismo, o que chamou de “diplomacia implacável”.

Além disso, o presidente dos Estados Unidos ainda alertou para os direitos humanos que são constantemente violados no mundo todo. Apesar disso, seu exemplo utilizado foi o de uma província na China, a província de Xinjiang, que supostamente reprime uma minoria muçulmana no país.

Por isso, com esse discurso, Biden fecha um ciclo em que pretende reafirmar sua identidade perante o mundo e busca, mais uma vez, aumentar seus índices de popularidade diante da população de seu país.

Alguns analistas afirmam que as falas foram pouco convincentes, e que podem ser interpretadas como ataques velados a outros países, em especial a China.

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