Assuntos que movimentarão a bolsa de valores na semana

Olhar os noticiários é uma excelente forma de entender como os preços da bolsa de valores estão reagindo aos acontecimentos. Por isso, nessa semana alguns assuntos vão movimentar o mercado e, claro, você deve estar de olho neles. Desde empresas, até governos, o noticiário nacional e o internacional vão definir se o Ibovespa se recupera um pouco, ou se mantém a sua tendência de queda.

Com o feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, a bolsa americana não funcionará na quinta-feira. Mas até lá, muita coisa pode acontecer.

O medo da inflação

A inflação é um dos principais entraves da economia brasileira e, na expectativa de desaceleração, os dados de outubro vieram longe do ideal. Por isso, nessa semana, as prévias da inflação, com o IPCA-15, vão renovar as expectativas do mercado. O Banco Central vê a meta de 2022 ficar cada vez menos plausível.

Os dados do IPCA-15 saem no dia 25, quinta-feira, com expectativa de fecharem em alta, mas em desaceleração. O mercado espera uma taxa de 1,05% para novembro, ante 1,20% publicado em outubro. Caso o percentual venha acima da expectativa, coloca-se mais uma dúvida em relação aos planos da política monetária do Banco Central e a bolsa de valores deve cair. Além disso, um IPCA-15 maior que 1,05% pode acelerar ainda mais a Selic na reunião do COPOM dos dias 7 e 8 de dezembro, a última do ano.

Hoje, a expectativa é que o BCB aumente a Selic em 1,5 ponto percentual, o que daria uma selic de 9,5% ao ano em dezembro. Contudo, uma escalada de preços acima do planejado pode fazer com que essa taxa se aproxime dos 10% de forma mais rápida.

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Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, vê a meta de 2022 ficar irreal. Foto: André Coelho/Bloomberg via Getty Images

PEC dos Precatórios e a bolsa de valores

A PEC dos Precatórios continua no radar dos investidores e, nas mãos do Senado, agora o Governo Federal busca negociar medidas no texto para apressar a votação e buscar maior certeza na aprovação do projeto.

Segundo O Globo, o governo busca fazer uma série de alterações no texto original para driblar a resistência ao furo do teto de gastos e implementar o Auxílio Brasil, o maior programa eleitoral de Bolsonaro, segundo a oposição. Vale lembrar que a bolsa de valores não gostou do projeto. A proposta está parada no Senado, que estipula ter 35 votos contrários ao projeto, dos 81 senadores do país.

Além disso, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, falará à Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, no dia 23, sobre o Pandora Papers e sua relação com empresas offshore fora do país.

Banco Central Europeu e FED

O Banco Central do Brasil não é o único que vai precisar trabalhar na semana. Isso porque o BCE e o FED terão uma semana cheia. Além disso, os EUA lançarão dados importantes ao mercado, que sofrerá com essas notícias.

Na semana, dados da inflação anual dos EUA (PCE) e informações do PIB movimentam as expectativas dos economistas e os preços da bolsa de valores. Por lá, vale lembrar, a inflação é a maior em décadas. Além disso, Joe Biden deve anunciar o seu candidato à presidência do FED.

Na Europa, Christine Lagarde falará nos dias 25 e 26, além de Andrew Bailey, do BoE, que fala no dia 25. Por lá, ainda, dados da Covid movimentam o mercado na medida em que os países começam a decretar lockdown para conter mais uma onda da pandemia.

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