PDT orienta reversão de voto na PEC dos precatórios

A PEC dos precatórios tem dado o que falar. Isso porque além do orçamento secreto vetado pelo STF, agora o governo tem mais uma pedra no sapato: o PDT de Ciro Gomes vai votar contra a PEC. Isso porque no primeiro turno, a sigla tinha dado apoio à medida em troca dos precatórios do Fundef.

Apesar disso, a cúpula do partido agora está orientando a reverter os votos, de modo que os deputados pró-governo não venceriam no segundo turno. Dessa forma, a medida sequer iria ao Senado e o Governo Federal teria que estender o Auxílio Emergencial.

O que o PDT tem com isso?

No primeiro turno da votação da PEC dos precatórios, quando foi aprovada a emenda, o PDT votou com o relator. Dessa forma, o Congresso aprovou a medida por 312 votos a favor, ante 308 necessários. Com a votação apertada, o voto favorável do partido foi essencial para que a medida passasse.

A cúpula do partido passou a afirmar que 12 deputados da sigla passarão a votar contra a PEC dos precatórios. O anúncio veio após uma reunião da Executiva Nacional do PDT em Brasília. A votação de emendas da PEC está marcada para hoje, 9, segundo o presidente da Câmara, Arthur Lira.

No primeiro turno, dos 24 deputados do PDT, 15 votaram com o relator (a favor da PEC), seis contra e três não votaram. Com esses números, o partido conseguiu a aprovação da emenda. Após a notícia de que o PDT teria votado contra suas crenças, a instabilidade política pairou e o mercado caiu.

Posteriormente, Ciro Gomes colocou “em suspenso” a sua pré-candidatura à presidência da república, após os deputados do partido votarem a favor de uma medida que o presidenciável é contrário. Com isso, o partido entrou nas manchetes da esquerda, oposição ao governo, e, com medo de represálias, está orientando os deputados a votarem contra.

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Foto: UBES / Reprodução

Uma perda para o governo

Dessa forma, o presidente Bolsonaro e sua equipe sofrem mais uma perda relevante para sua agenda política. Isso porque a PEC dos precatórios vem para furar o teto de gastos e permitir que o Auxílio Brasil se torne realidade. De vigência até o fim de 2022, a medida é vista como eleitoreira.

Com isso, o governo busca aumentar a sua popularidade. Por meio do benefício social, o presidente busca se aproximar das classes de menor renda, após perder o apoio de grande parte do empresariado. Apesar desse movimento, as formas como ele o fez são bastante questionadas. Além de furar o teto, Bolsonaro também se aproximou do Centrão, alvo de críticas de seus discursos em 2018.

Por outro lado, Ciro Gomes mostra força ao derrotar “diretamente” o presidente em um cenário onde a aprovação de ambos está baixo, segundo pesquisar. Mesmo que no início da corrida eleitoral, os dados preocupam, pois Ciro Gomes já tentou a chefia do Executivo por três vezes. Na quarta, ele diz que não quer entrar para perder.

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