Ministério da Saúde diz que vacina para crianças é segura

Contrariando as percepções de Jair Bolsonaro, a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, vinculada ao Ministério da Saúde, divulgou uma nota informando que vacina para o público infantil é segura. A declaração foi feita ao Supremo Tribunal Federal (STF) em um processo aberto pelo Partido dos Trabalhadores, que solicita um cronograma de vacinação para crianças de 5 a 11 anos.

Dessa forma, as falas contrariam o que disse Jair Bolsonaro. Isso porque em uma de suas lives de quinta-feira, o presidente afirmou que os pacientes deverão apresentar prescrição médica e atestado assinado pelos responsáveis. Depois das falas, diversos governadores se levantaram contra as medidas propostas pelo chefe do Executivo.

É segura, diz o Ministério da Saúde

A secretaria, filiada ao Ministério da Saúde, afirmou que vacina é segura para o público infantil. Isso porque a composição da vacina é diferente, o que necessita de compra de novas doses da Pfizer, a única farmacêutica com imunizante para as crianças até o momento. A nota faz parte de um pedido do STF ao Executivo sobre explicações para a prescrição médica para se vacinar.

“Antes de recomendar a vacinação da covid-19 para crianças, os cientistas realizaram testes clínicos com milhares de crianças e nenhuma preocupação séria de segurança foi identificada”, escreveu Rosane Leite de Melo, secretária da pasta. A nota ainda afirma que a ANVISA aprovou o uso do imunizante no dia 16 de dezembro, e que a mesma dose é aplicada em diversos países, como Estados Unidos e na Europa.

“O PNI (Plano Nacional de Imunização) monitora a segurança de todas as vacinas covid-19 depois que as vacinas são autorizadas ou aprovadas para uso, incluindo o risco de miocardite em pessoas acima de 12 anos de idade” completou a nota. Com isso, o governo afirma que acompanha a segurança dos imunizantes comprados das farmacêuticas.

Apesar das falas, as declarações contrariam a vontade do presidente Jair Bolsonaro. Desde o início da pandemia, o Brasil já teve 4 ministros da saúde. Bolsonaro demitiu dois, Mandetta e Nelson Teich, por desavenças.. Já Eduardo Pazuello, saiu por pressões políticas. Marcelo Queiroga, atualmente, parece querer se adequar ao discurso do presidente para manter seu cargo, afirmam analistas.

Ministério da Saúde
Foto: Sérgio Lima/ Poder 360

O governo queria exigir atestado

O presidente Jair Bolsonaro deixou claro que o Ministério da Saúde exigiria atestado médico e autorização dos responsáveis para a imunização. Contudo, logo após as falas, o cenário político questionou as ideias do presidente, que se enfraqueceram com diversos governadores falando que não atenderão as exigências.

O primeiro governador a ir conta o Ministério da Saúde e Bolsonaro foi Eduardo Paes, do Rio de Janeiro. Em uma postagem no Twitter, ele afirmou que o estado não solicitará esses documentos. Além disso, cientistas e médicos afirmaram que o atestado médico afeta principalmente os mais vulneráveis, que não tem acesso à saúde. Por outro lado, políticos também afirmaram que crianças de 5 a 11 anos vão aos postos acompanhados de seus responsáveis. Com isso, não se faz necessária a autorização escrita.

Dessa forma, a oposição moveu uma ação no STF contra a medida. Apesar de ainda não haver uma posição oficial do Judiciário, cientistas afirmam que o melhor, agora, seria barrar as exigências de Bolsonaro e obrigar a compra do imunizante, para que o Estado possa proteger a população infantil.

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