Boris Johnson pode perder o cargo no Reino Unido

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, passa por mais uma crise em seu governo. Depois de criticar a covid no início da pandemia (e voltar atrás após ser internado com a doença), agora a imprensa local acusa o premiê de participar de um encontro em maio de 2020. Segundo a mídia do Reino Unido, a reunião tinha aproximadamente 100 pessoas, todas servidoras públicas ligadas ao governo.

Na época, o premiê teria se reunido nos jardins de Downing  Street com funcionários de seu governo para uma comemoração. Contudo, Boris Johnson afirma que acreditava ser uma reunião de trabalho. Por causa disso, 56% da população deseja a renúncia do premiê. Ele pediu desculpas publicamente.

O caso de Boris Johnson com a covid

O primeiro-ministro do Reino Unido não teve um posicionamento popular no início da pandemia. Afirmando que se tratava de uma doença respiratória normal, Boris Johnson demorou em tomar medidas de restrição, o que aumentou o número de casos no país. Contudo, ele admite ter mudado a sua visão sobre a pandemia ao contrair a doença e precisar ser internado na UTI.

Desde então, o premiê é símbolo de medidas de combate à doença na Europa e no mundo, sendo o país britânico um pioneiro na vacinação da população. Além disso, o Reino Unido atingiu um dos maiores percentuais do mundo na imunização da população contra o vírus. Além disso, Boris Johnson foi destaque em uma reunião com Bolsonaro, onde incentivou o presidente brasileiro a se vacinar. Contudo, essa troca de discurso não agradou uma parcela significativa da população.

Agora, com as denúncias de que teria ido a uma festa em meio ao lockdown no país, ele vê seu cargo ameaçado. Isso porque, depois das denúncias, o presidente foi flagrado em uma festa com aproximadamente 100 pessoas. Apesar disso, opositores afirmam que não se trata de um evento único.

Boris Johson
Foto: Reuters

“Partygate”

O evento de Boris Johnson, que ficou conhecido como “Partygate”, uma referência ao movimento “Watergate”, que derrubou o presidente americano Richard Nixon em 1974, enfureceu grande parte da população. Por lá, opositores querem a saída do premiê. Além da festa, a mídia britânica teria descoberto um e-mail enviado a mais de 100 pessoas convidando para o evento, o que derruba as desculpas do primeiro-ministro.

“Por favor, junte-se a nós a partir das 18h e traga sua própria bebida”, dizia o e-mail enviado por Martin Reynolds, o principal assessor de Boris. Na época, o governo britânico havia determinado que as visitar eram proibidas e que as aglomerações poderiam ter, no máximo, duas pessoas ao ar livre e com distanciamento.

Com as denúncias, o premiê perdeu o apoio de seu próprio partido. Dessa forma, analistas acreditam que o governante dificilmente sairá dessa situação, o que levaria a um processo de desligamento de Boris Johnson. “Acho que se ele conscientemente participou do que sabia ser uma festa, então não pode sobreviver a isso”, disse Nigel Mills. O deputado conservador é correligionário do primeiro-ministro.

Hoje, 13, Boris Johnson foi dar declarações ao Parlamento britânico. Em seu discurso, disse que entende a raiva das pessoas e, posteriormente, disse que pensou que fosse uma reunião de trabalho. “Milhões de pessoas tiveram que fazer sacrifícios nos últimos 18 meses e entendo a raiva que possam sentir do meu governo“. “Eu aceito minha responsabilidade, fui ao jardim naquele dia e acreditei que era uma reunião de trabalho“, completou o premiê.

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