Lockdown na China assusta economia mundial
A China impôs lockdown à terceira cidade do país por causa do surto de Covid-19 por lá. Apesar de ser um local isolado, a economia mundial pode sentir as consequências dessa medida. Atualmente, Samsung e Volkswagen já sofrem por causa das medidas de circulação do país. Hoje, cerca de 20 milhões de chineses não podem sair de suas casas, com o intuito de diminuir o contágio pelo vírus.
Apesar disso, a comunidade internacional critica a forma como o país lida com as medidas restritivas. Mesmo que imponha severa restrição ao deslocamento, forças policiais do país são acusadas de atuar com brutalidade. Recentemente, policiais feriram gravemente um homem que saiu para comprar comida.
Restrições no mundo todo
Depois de a Europa decretar lockdown em diversos países do continente, agora é a China que atua na mesma medida. As restrições contrastam com a recomendação dos especialistas em saúde dos Estados Unidos. Por lá, eles afirmam que é a hora de aprender a conviver com o vírus. A OMS discorda dessa posição.
Com isso, diversas partes do mundo atuam de forma diferente para a alta dos casos dos últimos dias. Vale lembrar que o mundo bateu recordes diários de novos casos na última terça-feira (11), com mais de 3 milhões de positivados em 24h. Nesta quarta-feira (12), a Alemanha atingiu seu novo pico, com 80 mil novos casos em um único dia. Por aqui, médicos afirmam que é hora de ter cautela. Eles acredita que o mesmo fenômeno deve acontecer nos próximos meses no Brasil.
Com essas imposições, pessoas que deixam de sair de casa deixam de trabalhar, muitas vezes. Na China, o cenário é particularmente delicado, porque as maiores indústrias e fábricas do mundo se encontram lá, por causa da mão de obra barata. Com isso, os porões das fábricas ficarão vazios e o mundo terá uma oferta menor de produtos.
A China vai aumentar a inflação no mundo?
Apesar de ainda ser cedo para afirmar, com total certeza, de que o mundo vai sofrer com as restrições na China, economistas começam a se preocupar. Contudo, Toyota e Volkswagen já informaram que fecharam as portas no país asiático. Por outro lado, a Samsung afirma que está com dificuldades para contratar novos trabalhadores na China. Isso deve impactar diretamente a demanda mundial pelas commodities, além de prejudicar o escoamento da produção para o resto do mundo.
O mundo já viu os resultados desse cenário. No início de 2021, o choque na oferta dos produtos levou as commodities a preços recordes. Dos impactos mais sentidos no Brasil está o aumento dos combustíveis, resultado da alta do Brent no mercado internacional. Contudo, além dos produtos eletrônicos, pode faltar automóveis, roupas e calçados no mundo todo para atender a demanda do mercado mundial.
Com isso, a inflação mundial, que já anda em alta, pode subir ainda mais, caso as restrições sigam ganhando espaço na China e no mundo todo. Dessa forma, para os investidores, papéis ligados à inflação podem ser excelentes para o curto prazo. Atualmente, Ray Dalio, um dos maiores investidores do mundo, informou seu apreço a esses títulos nesse ano.