IPCA: Inflação no acumulado em 12 meses é a menor desde 2021

A inflação desacelerou a 0,71% no mês de março, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou nesta terça-feira, 11/4, contribuindo para que o acumulado de 12 meses tenha ficado em 4,65%. Este acumulado está acima da meta do ano, que seria de 3,25%, mas ainda assim, dentro do teto da meta, de 4,75%. Em fevereiro, o índice ficou em 0,84% e, como comparação, no mês de março de 2022, o índice fechou em alta de 1,62%.

Dos nove grupos pesquisados pelo instituto, oito tiveram alta no mês, com destaque especial para o setor de transportes. Neste setor, a gasolina puxou a alta com 8,33% e o etanol ficou em 3,20%. O retorno da cobrança de impostos federais (PIS/Cofins) para esse setor no início do mês de março foi o fator de maior influência na alta dos combustíveis. Além da gasolina e do etanol, o gás veicular e o óleo diesel também tiveram alta, de 2,61% e 3,71% respectivamente.

O setor de saúde e cuidados pessoais foi o segundo com maior alta, com seus 0,82% impactado pelo aumento nos preços dos planos de saúde de 1,20%. O setor de habitação teve alta de 0,57% sob influência do reajuste nos preços dos serviços de energia elétrica residencial, que fechou em 2,23%. O único do grupo que teve queda foi o setor de artigos de residência, puxado pelos preços de televisores, aparelhos de som e informática.

Um número interessante foi o das passagens aéreas que, a despeito dos combustíveis, recuaram 5,32% neste mês, após outra queda de 9,38% em fevereiro de 2023. 

A inflação, no número acumulado em 12 meses, é a menor desde janeiro de 2021. O índice fechou 2022 em 5,79% e em 2023, até o momento, está em 2,09%. De acordo com o boletim Focus, divulgado nesta segunda, 10/4, a projeção do mercado financeiro é que o ano feche com IPCA de 5,98%. Na semana anterior, o boletim indicava projeção de 5,96%.

Passando ao INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), foi registrada alta de 0,64% em março, observando desaceleração em relação ao mês de fevereiro, quando registrou 0,77%. No ano, o INPC acumula alta de 1,88% e nos últimos 12 meses 4,36%, estando abaixo dos 5,47% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. 

Uma das quedas mais importantes no INPC foi em relação à alimentação em domicílio que apresentou tendência de baixa, inclusive chegando perto da estabilidade com 0,05%. Esse número contrasta especialmente com o número de julho de 2022, cuja elevação foi de 17,5%, uma das maiores altas registradas. O INPC diferencia-se da inflação pela análise restrita ao foco em consumidores com renda de 1 a 5 salários mínimos, parcela para a qual a alimentação realmente pesa mais no orçamento.

Com a inflação abaixo do esperado, os juros podem cair. A bolsa de valores está em alta e o dólar apresentou queda. De acordo com alguns especialistas, o Banco Central deve perseguir a meta de manter a inflação em 3,25%, com intervalo de tolerância entre 1,75% e 4,75%, mesmo com a projeção do mercado financeiro de fechar em quase 6%.

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