Inflação desacelera, mas é a maior desde 2003

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje pela manhã os dados da inflação do mês de novembro. E para a surpresa dos investidores, o IPCA veio abaixo do esperado, apesar de ainda estar em patamares altos. Com uma alta de 0,95% em novembro, o índice fechou os últimos 12 meses com alta de 10,74%, a maior inflação em 18 anos, tendo a gasolina como vilã novamente.

Apesar do resultado “menos ruim” do IPCA, a gasolina subiu 7,38%, fechando uma alta de mais de 50% nos últimos 12 meses. Esse foi o produto que mais impactou, individualmente, a inflação do mês passado.

Os impactos da inflação no bolso

O IPCA do mês de novembro fechou em alta de 0,95%, ante 1,25% no mês de outubro. Com isso, a inflação começa a desacelerar, refletindo os efeitos da alta da taxa de juros, que é praticada há meses pelo Banco Central. Contudo, mesmo com um percentual menor, essa é a maior variação para novembro desde 2015. Nesse ano, o IPCA do mês subiu 1,01%.

Dessa forma, a inflação do Brasil está em 9,26% em 2021 e em 10,74% nos últimos 12 meses. Vale lembrar que a meta de inflação do Banco Central fica na casa dos 3,75%, com um teto de 5,25%. Portanto, a inflação seguem bem acima do planejado, o que é ruim principalmente para as famílias de baixa renda. Ainda, o IPCA dos últimos 12 meses, 10,74%, é o maior desde novembro de 2003, quando a taxa era de 11,02%.

Com esse resultado, a inflação do mês passado ficou abaixo da expectativa do mercado, que girava em torno de 1,1%. Apesar disso, dos nove setores pesquisados, sete tiveram alta no mês, com destaque à gasolina, que foi, mais uma vez, a vilã do consumidor.

IPCA inflação gasolina
Foto: Agência O Globo

IPCA prejudicado pela gasolina

Como já estava acontecendo nos meses passados, a gasolina se fixou como a maior vilã da alta dos preços. Além de subir o preço para quem abastece, sobe os custos para quem precisa transportar produtos, o que se reflete em altas em toda a economia. No mês passado, a gasolina subiu 7,38%, impactando 0,46 ponto percentual na inflação, ou seja, quase a metade de todo o índice.

Além dela, outros combustíveis também subiram. O etanol aumentou 10,53%, enquanto o óleo diesel subiu 7,48%. O gás veicular subiu ainda menos, 4,30%. Dessa forma, o setor de transportes ficou com uma alta acumulada de 3,35% no mês, a maior dentre todos os setores. Depois dele, o setor de artigos de residência, juntamente com o setor de habitação, ficaram em segundo lugar, subindo 1,03% cada. Vestuário teve alta de 0,95%, seguido por despesas pessoais, que aumentaram 0,57%. Para fechar as altas, comunicação e educação subiram 0,09% e 0,02%, respectivamente.

Por outro lado, dois setores fecharam novembro em queda. O setor de saúde e cuidados pessoais caiu 0,57%, enquanto o setor de alimentação e bebidas caiu 0,04%. Ainda segundo os dados do IBGE, a inflação prejudicou o poder de compra de 63% das famílias, ante 67% do mês passado. Apesar disso, a alta generalizada dos preços afeta toda a economia, interrompendo o crescimento e aumentando o desemprego.

Segundo o gerente do IPCA, Pedro Kislanov, a Black Friday ajudou a diminuir a alta da inflação. “A Black Friday ajuda a explicar a queda tanto no lanche quanto nos itens de higiene pessoal. Nós observamos várias promoções de lanches, principalmente nas redes de fast food no período. E no caso dos itens de higiene pessoal, várias marcas nacionais deram descontos nos preços dos produtos em novembro“, afirmou.

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