Governo muda regras para ingresso no Brasil

Depois de o STF solicitar explicações ao Executivo sobre o passaporte vacinal, agora o Governo mudou as regras para o ingresso de viajantes no Brasil. Agora, toda e qualquer pessoa que chegar no país deve fazer quarentena, obrigatoriamente. Apesar disso, o governo segue não pedindo o passaporte vacinal, conforme recomenda a ANVISA.

Ainda, após a quarentena, os viajantes precisarão fazer um teste RT-PCR para comprovar a ausência do coronavírus no organismo. A medida vem após quase um ano de recomendação da vigilância sanitária nacional.

Ainda faltam medidas, segundo a ANVISA

Após o pedido de explicações pelo STF, o Governo Federal mudou as regras de ingresso ao Brasil. A quarentena, obrigatória na grande maioria dos países do mundo há mais de um ano, passou a vigorar apenas agora por aqui. Apesar da obrigatoriedade, o governo não estipulou data para o começo da adoção desse protocolo. Além disso, ainda não se sabe onde o autoconfinamento será feito.

Desde que iniciou a pandemia, a atual gestão se colocou contra as medidas de isolamento social, o que rendeu diversas críticas da oposição, mas também de agentes internacionais. Há alguns meses, o Brasil chegou a ficar na lista vermelha do Reino Unido, que passou a não aceitar brasileiros. Contudo, com  o alto índice de vacinados, o Brasil agora tem um baixo número de casos diários, se comparado com o pico da pandemia.

Apesar de ainda não apresentar uma explicação oficial, o governo segue falando em liberdades individuais ao refutar o uso do passaporte vacinal. “É necessário defender as liberdades individuais, respeitar os direitos dos brasileiros a acessarem livremente as políticas públicas de saúde”, disse Marcelo Queiroga, ministro da Saúde. Ele também disse que “essa temática [do passaporte vacinal] envolve as relações exteriores do Brasil e o Brasil é um país muito reconhecido exatamente por utilizar o princípio da reciprocidade“.

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Foto: Getty Images

A oposição já se movimentou

Mesmo que o Governo Federal não adote medidas como o passaporte vacinal, a oposição já se movimentou – e continua se movimentando – para fazer o que consideram mais adequado para as políticas de prevenção. O Governo de São Paulo disse, hoje (8), que deseja pedir o passaporte vacinal, mesmo que o Brasil, oficialmente, não peça.

Isso porque o governador do estado, e agora presidenciável, João Doria pediu uma “adoção imediata” da comprovação de vacina para os que chegam ao país. Ele afirmou que se o Governo Federal não solicitar o passaporte vacinal até o dia 15 de dezembro, o estado passará a pedir.

Doria é um dos maiores opositores ao governo de Jair Bolsonaro, quando se trata de pandemia. Além disso, o estado é um dos que mais vacinou no país, além de ter adotado medidas restritivas antes de todas as unidades da federação. Ainda, São Paulo capital é a cidade do mundo que mais vacinou, com 100% da população adulta vacinada, segundo os dados do governo.

Na semana passada, Bolsonaro voltou a afirmar que não vai se vacinar contra a covid. Opositores ainda afirmam que Michele Bolsonaro, primeira-dama, se vacinou nos Estados Unidos, em vez de fazer isso no Brasil.

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