Governo Federal quer rever tarifa da energia elétrica
O Governo Federal, por meio do Ministério de Minas e Energia, se reunirá com os representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) para rever a tarifa da energia elétrica.
Segundo Bolsonaro, a chegada das chuvas pode permitir um arrefecimento nas faturas, o que melhoraria a vida dos consumidores.
A crise hídrica
Com a falta de chuvas e os níveis de reservatórios abaixo dos patamares necessários, a energia elétrica ficou mais cara que os últimos 6 anos. Por isso, com uma tarifa especial, criada justamente para esse cenário, a energia elétrica já subiu mais de 20% nos últimos 12 meses.
A crise é tamanha que, em uma de suas lives, Bolsonaro pediu o apoio da população, que, segundo ele, poderia apagar um ponto de luz de casa. Apesar disso, a medida seria ineficaz, dado que os maiores consumidores de energia elétrica é a indústria nacional.
Com isso, a inflação também ficou pesada. Isso porque o IPCA passa dos dois dígitos e a energia é um dos fatores que, individualmente, mais pesa no índice. Com isso, uma notícia de que a energia ficará mais barata não serve apenas para a conta de luz em si. Com a notícia, toda a economia pode dar uma trégua.
Anteriormente, ainda nessa semana, a secretária executiva do Ministério de Minas e Energia, Marisete Pereira, afirmou que teria ”uma reunião na próxima semana para avaliar esses valores. Estamos tratando isso com várias alternativas. Vai aumentar a tarifa de energia? Isso ainda não está no cardápio.”
Como fica o cenário
Com uma queda nas tarifas, o fato mais impactante seria, num primeiro momento, a queda das faturas de energia elétrica. Contudo, os efeitos são bem maiores e de extrema relevância para o cenário econômico do país.
Isso porque uma conta mais baixa libera parte do salário dos trabalhadores para gastar em outras áreas, o que permite o crescimento sem gerar pressões inflacionárias, como ocorre com a energia elétrica. Por outro lado, isso também vai mexer na produção industrial.
Dessa forma, com um preço de custo menor para as indústrias, a produção deve retomar, gradualmente, as suas formas de antes da criação da nova bandeira. Com isso, há um leve (bem leve) impacto no desemprego e um impacto maior nos preços dos produtos nos mercados. E esse preço nos produtos faz com que a inflação tenda a sofrer menos, entrando na rota de queda no anualizado, como já é esperado.
Com isso, também, o salário mínimo pode ser reajustado de forma menor. Posteriormente isso impacta diretamente as contas públicas, na medida em que um reajuste menor necessita de pagamentos menores aos servidores públicos e demais dependentes. Dessa forma, sobra mais espaço para projetos sociais e medidas compensatórias. De qualquer forma, ainda é cedo para dizer que haverá redução de tarifa e, se houve, se ela será significativa. Apesar disso, qualquer notícia de gastos menores é um alento ao bolso do consumidor.