Governo Federal quer lançar seu próprio fundo imobiliário
O Governo Federal confirmou os boatos de que vai lançar um fundo imobiliário com ativos da União. Segundo a nota, o FII deve estar no mercado até o final desse ano. Apesar disso, o lançamento dependerá de uma licitação, para escolher a gestora do fundo. Além disso, o mercado vê com bons olhos a iniciativa, que é uma promessa antiga do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Por outro lado, analistas acreditam que o prazo é apertado para definir preços e os ativos que entrarão na composição do fundo. O lançamento é amparado pela lei dos fundos imobiliários, de 2015. O Governo Federal pretende, com isso, aumentar o apetite do mercado sobre esses ativos, além de seguir uma política de concessão do patrimônio público, diminuindo os gastos federais.
O momento do mercado
O Governo Federal pretende lançar o fundo imobiliário em um momento não muito propício para o mercado. Apesar disso, ao lançar em um momento de baixa, abre-se a possibilidade de altas relevantes nas cotas, no caso de uma recuperação do IFIX. Contudo, é importante lembrar que a alta da Selic afasta investidores da renda variável, o que pode diminuir as ofertas pelo FII do governo.
O secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, Diogo Mac Cord, disse em um evento de feirão de imóveis que a estratégia adotada serve para dar liquidez ao patrimônio público. Isso porque para a venda direta de prédios da União, há uma burocracia que demanda, no mínimo, 5 anos, afirmam analistas. “Aí conseguimos colocar muitos imóveis de alto valor de uma vez só na praça, porque isso dispersa cotas e todo mundo vai poder comprar nas plataformas, em vez de imóveis complexos que têm liquidez menor“, disse.
A ideia do governo é ser um dos cotistas do fundo, juntamente com outra gestora privada. Os demais, segundo fontes, serão administrados pela Caixa e pelo Banco do Brasil, o que segundo a lei dispensa licitação.
A importância do fundo imobiliário
A importância do lançamento desse fundo passa por diversos fatores. O primeiro dele é mostrar o apreço do governo pelo mercado financeiro, o que aumenta a liquidez e melhora a imagem do país perante o mundo. O segundo fator é a diminuição dos gastos públicos. Dessa forma, com a venda de parte desses ativos, a União não seria a única a arcar com as despesas dos imóveis.
Com a novidade, o mercado de fundos imobiliários tende a crescer mais. Isso porque, caso a ideia dê certo, abre-se espaço para que estados e municípios andem para o mesmo caminho. Vale lembrar que, atualmente, o estado de São Paulo já tem ativos listados no FII Estado de São Paulo, que tem o governo do estado como um dos cotistas.
Por outro lado, a venda de parte dos imóveis permitira que a União diminuísse seus gastos. Por isso, o mercado também vê com bons olhos a ideia de diminuir a máquina pública. Atualmente, somente o Estado de São Paulo tem mais de 30 mil imóveis, número bem menor que os da União.
Apesar da notícia, o secretário especial não deu mais detalhes sobre a oferta pública. Contudo, o mercado aguarda maiores informações nos próximos meses.