Depois de mais de um ano de alta dos combustíveis, agora o preço da gasolina começa a dar trégua para o bolso do consumidor. Segundo a ValeCard, a gasolina caiu 1,14% em dezembro, custando em média R$6,918 nos postos do Brasil.
Há 19 meses a gasolina vinha em alta. Apenas em 2021, a alta do combustível ultrapassa os 50%, melhor apenas que o etanol que subiu mais de 60% no mesmo período.
A alta da gasolina afetou a economia
A alta da gasolina é vista de perto pelos economistas. Por ser um produto básico a todas as empresas, o preço alto dos combustíveis afeta toda a economia, o que impactou no índice de inflação, o IPCA. Por causa disso, os preços devem subir, em média, mais de 10% no ano de 2021.
Na maior parte dos meses, a gasolina foi a principal vilã. Sozinha, ela chegou a pesar a metade do índice de inflação no mês de outubro, o que mostra o alto impacto do produto no bolso da população.
A alta da gasolina é resultado da alta dos preços do petróleo no mercado internacional. Com uma produção menor e uma demanda que cresceu com a retomada econômica, a cotação internacional bateu recordes durante o ano. Por outro lado, a alta do dólar também aumentou os preços por aqui. Isso porque a fuga dos investidores, resultado de uma incerteza econômica e política, fez o real ser a 9ª moeda que mais se desvalorizou em 2021, de acordo com o Economática.
O resultado disso é que em algumas cidades, como Bagé (RS), a gasolina chegou a custar R$8,00 na bomba. Contudo, agora os preços começam a dar trégua, principalmente por causa da queda do petróleo no mercado internacional.
A tendência ainda é de queda
Segundo estudos de sindicatos, os preços da gasolina devem cair ainda mais. Dentre os motivos, além da queda do petróleo no mercado internacional, está a redução de 3% da margem da Petrobras.
Além disso, a ValeCard fez um estudo em mais de 25 mil estabelecimentos. O levantamento do último mês de 2021 mostrou uma queda do valor do combustível em 18 estados e no Distrito Federal. As maiores baixas foram registradas no Distrito Federal (-4,24%), Rio Grande do Norte (-3,27%), e Goiás (-2,59%). Apesar disso, alguns estados, como o Rio Grande do Norte, apresentam alta nos valores dos combustíveis.
Vale lembrar que os governadores optaram, em conjunto, por congelar a alíquota do ICMS para tentar frear a alta dos preços. Contudo, economistas afirmam que a medida foi ineficiente. Agora, o combustível começa a cair de preço.
Com isso, economistas esperam uma queda nos índices de inflação, principalmente se a gasolina seguir sendo a principal vilã dos preços. Com isso, há a tendência de um menor aumento dos preços nos mercados. Além disso, uma diminuição dos combustíveis pode baratear de forma significativa o frete, o que joga os preços para baixo em produtos essenciais.
