Eleições 2022: o que o mercado espera de cada candidato?

O ano de 2022 será marcado pela corrida eleitoral e isso afeta diretamente os seus investimentos durante quase todo o ano. À medida em que as pesquisas das eleições vão saindo e o mercado começa a reagir, os preços dos ativos podem tomar uma forma indesejada pelos investidores. Além disso, o cenário político pode afetar seriamente as finanças do governo.

Por isso, nesse cenário vamos falar sobre o que o mercado espera, até agora, de cada candidato à presidência. Para isso, usamos o três primeiros: Bolsonaro, Lula e Moro. Como se trata de um cenário recente, pode ser que algum deles saia ou, ainda, seja ultrapassado por outros presidenciáveis. Contudo, analistas políticos descartam essa ideia.

E se Lula ganhar as eleições em 2022?

Caso o candidato Lula ganhe as eleições de 2022, a tendência de curto prazo do mercado é de queda. Não porque o mercado, em si, tenha algo contra o petista. Contudo, uma volta dele ao poder mostraria uma nova onda de gastos públicos fora do controle, à semelhança do que fez Dilma Rousseff em 2015.

Por isso, o mercado começa a entender que o Brasil colocará mais dinheiro na economia. Independentemente do motivo, isso pode gerar inflações altas, descontrole fiscal e, em última análise, uma queda, ainda maior, nos índices de emprego da população. Por isso, caso seja eleito, Lula precisará dar sinalizações ao mercado de que respeitará o teto de gastos e de que não tomará políticas monetárias de acordo com o que o presidente desejar. A autonomia do Banco Central já permite que as decisões sejam autônomas. Contudo, como se trata do início do processo, os investidores internacionais são receosos.

Uma pauta de esquerda também tende a travar as atuais reformas. Com isso, as reformas tributária e administrativa podem travar no Congresso, o que o mercado também não vê com bons olhos. Ainda, o passado de Lula ligado à investigações de corrupção colocam um ponto essencial na questão da instabilidade política.

A reeleição de Bolsonaro

Caso o atual presidente, Jair Bolsonaro, seja reeleito, o mercado também não ficará empolgado com a pauta econômica do candidato. Isso porque ele e sua equipe econômica prometeram diversas pautas liberais que, até agora, o governo tem dificuldades em cumprir.

Umas das principais é a privatização das estatais. No início do governo, Guedes falou em privatizar mais de 60 empresas. Até agora, menos de 20 foram, efetivamente, vendidas, além de o governo ter aberto uma nova estatal. Por outro lado, a economia segue ruim, com uma inflação alta e um crescimento que apenas repõe as perdas de 2020. O cenário de pandemia ainda obrigou o governo Bolsonaro a gastar mais. Além disso, mirando as eleições de 2022, o presidente e seus apoiadores driblaram o teto de gastos, o que fez a bolsa despencar.

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Foto: TSE | Reprodução

Moro em primeiro

Caso o ex-juiz Sérgio Moro ganhe, o mercado fica em estado de alerta. O presidenciável deixou sua visão liberal fortemente destacada em suas entrevistas. Além disso, o convite a Pastore para assumir uma possível pasta da Economia agrada o mercado.

Contudo, pesa contra Moro o fato de ele não ter atuado em pautas econômicas, apenas judiciárias. Com isso, ele teria que mostrar um plano de governo robusto e convencer o empresariado brasileiro a votar nele.

Dessa forma, quem ganhar as eleições precisará sinalizar ao mercado que as reformas andarão, que o teto será respeitado e que o ajuste fiscal brasileiro será feito. Caso algum candidato atente contra isso, há a tendência de queda no curto prazo.

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