Empréstimos concedidos no Brasil diminuíram 17,5% em abril, conforme o Banco Central
O volume total de crédito sofreu uma redução de 0,1%, chegando a R$ 5,363 trilhões. Além disso, as taxas de inadimplência e os juros bancários médios registraram crescimento no mês.
O Banco Central do Brasil (BC) anunciou, na última terça-feira (30 de maio), que as concessões de empréstimos no país em abril diminuíram 17,5% em relação a março. No mesmo período, o volume total de crédito caiu 0,1%, totalizando R$ 5,363 trilhões.
No decorrer do mês, as concessões de financiamentos com recursos livres, onde as condições de empréstimos são acordadas diretamente entre os bancos e os mutuários, diminuíram 16,5%. Em contrapartida, as transações com recursos direcionados, que seguem as diretrizes governamentais, tiveram uma redução de 27,0%.
Empréstimos pessoal e consignado
Entender a diferença entre empréstimos pessoal e consignado é crucial antes de solicitar um crédito, para evitar a possibilidade de assumir uma dívida maior do que o esperado.
Muitas pessoas se questionam sobre a distinção entre esses dois tipos de empréstimos. Cada um possui suas características específicas: os empréstimos pessoal tende a ser mais vantajoso para créditos de maior valor, enquanto o consignado se destaca pelas taxas de juros mais baixas.
Os empréstimos consignados é uma opção de crédito que geralmente apresenta juros menores, pois o pagamento é feito diretamente no contracheque do indivíduo, o que minimiza o risco de inadimplência para a instituição financeira.
Além disso, os funcionários do setor privado têm até 60 meses para quitar os empréstimos consignado, enquanto aposentados e pensionistas têm até 72 meses e servidores públicos, até 96 meses. No entanto, é importante destacar que a taxa de juros pode aumentar à medida que o prazo é estendido.
Outra vantagem dos empréstimos consignado é que os bancos que o oferecem não verificam a situação do solicitante no SPC ou Serasa. Assim, até mesmo quem possui restrições de crédito pode obter um novo empréstimo, desde que possua margem salarial disponível para essa finalidade.
Para se qualificar para um empréstimo consignado, você deve se encaixar em uma das seguintes categorias:
- Ser um servidor público (municipal, estadual ou federal);
- Ser aposentado ou pensionista do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social);
- Ser beneficiário do Bolsa Família;
- Ser militar das Forças Armadas;
- Ser empregado de empresas privadas com contrato formal (crédito consignado privado).
Empréstimo pessoal
O empréstimo pessoal é uma quantia de dinheiro fornecida por um banco ou instituição financeira, cuja principal característica é a flexibilidade de uso. Isso significa que não é necessário especificar como o dinheiro será usado.
Este tipo de crédito pode ser solicitado por qualquer pessoa, seja para lidar com dificuldades financeiras, iniciar um negócio ou fazer um investimento. Por exemplo, o empréstimo pode ser usado para comprar um carro ou financiar uma viagem (passagens aéreas e acomodação), sem a necessidade de justificar o propósito do crédito.
No empréstimo pessoal, o dinheiro é disponibilizado para um indivíduo que apresente documentos de identificação e comprovantes de renda e residência. Como não é necessário especificar a finalidade do empréstimo, basta negociar os termos do contrato, como o número de parcelas e a taxa de juros. Os critérios para concessão do empréstimo variam de acordo com a instituição.
Os empréstimos consignados estão contribuindo para o aumento da dívida entre os aposentados
O endividamento entre aposentados no Brasil tem aumentado significativamente, especialmente após o governo federal expandir as margens para a obtenção de empréstimos consignados pelos beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Em março de 2022, a Medida Provisória (MP)1006/20, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, permitiu que aposentados e pensionistas comprometessem até 40% de seus benefícios para o pagamento de parcelas de empréstimos consignados, que são descontadas diretamente dos pagamentos feitos pelo INSS. Anteriormente, o limite era de 35%.
Após essa alteração, a quantidade de empréstimos consignados feitos pelos beneficiários do INSS mais que duplicou. Segundo dados do Banco Central (BC), houve um aumento de 155% na comparação entre o total emprestado nos primeiros três meses do ano – quando a margem antiga ainda estava em vigor – e os três meses seguintes – após a implementação do novo limite. Em contraste, as operações de crédito em geral aumentaram apenas 14% no mesmo período.
O BC também informou que o saldo de todas as operações de crédito consignado para beneficiários do INSS chegou a R$ 211 bilhões no final de junho de 2022 – um recorde histórico. Isso representa um aumento de 9,2% em relação ao saldo acumulado em março.
O saldo total das operações de crédito no país cresceu 3,6% nesse período.
De acordo com Joseane Zanardi Parodi, advogada e coordenadora do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), o aumento dos empréstimos consignados no INSS está relacionado não apenas ao aumento das margens de empréstimos, mas também à crise econômica.
Ela afirma que, atualmente, os aposentados não estão recorrendo ao consignado para financiar reformas ou viagens. Devido à crise, eles precisam do crédito para pagar as contas domésticas ou até mesmo ajudar algum parente em situação financeira mais difícil.
No entanto, para muitos deles, o pagamento reduzido devido ao empréstimo pode não ser suficiente para a subsistência futura. “As pessoas estão se endividando porque a renda mensal não está cobrindo o pagamento das contas fixas”, diz ela.