China reforça presença militar em Hong Kong

A China enviou para Hong Kong, na última segunda-feira (10), o comando da presença militar do país. O general Peng Jingtang, acusado de liderar uma chacina contra muçulmanos do país, será o líder da operação que quer retomar o poder político dos chineses sobre a ilha. O envio sinaliza uma troca de comando militar, que opera o controle da população favorável à democracia. Vale lembrar que os honcongueses protestaram fortemente, em 2019, contra o regime opressor chinês.

Segundo especialistas na área, o intuito da China é sufocar Hong Kong, à medida em que barra novos protestos pró-democracia. O atual presidente chinês, Xi Jinping, classifica os protestos na ilha como uma incitação ao terrorismo. Com isso, a maior economia da Ásia vem manchando seu nome na geopolítica internacional com repressões e declarações cada vez mais fortes.

Por que a indicação da China é importante?

O cenário internacional olha com atenção o que está acontecendo na China e em Hong Kong. Isso porque as atitudes do governo chinês marcam uma nova fase na geopolítica internacional, onde os asiáticos passam de meros coadjuvantes econômicos, para se tornar uma potência política dentro de muitos territórios.

Isso porque, anteriormente, a China financiava diversos projetos internacionais. O intuito era conseguir vantagens econômicas para o escoamento de sua alta produção, além de criar mais vínculos na compra de produtos estrangeiros, principalmente as commodities. Dessa forma, a China mirava apenas o cenário econômico, mas dificilmente intervia na política das mais diversas regiões parceiras. Agora, começando por territórios semi-independentes, como Taiwan e Hong Kong, a China busca mandar politicamente nessas ilhas, além de ter atuado firmemente em aproximar-se do Afeganistão com a saída das tropas americanas.

Dessa forma, os chineses passam a ser protagonistas, oferecendo soluções políticas, além de econômicas, aos mais diversos parceiros. No caso de Hong Kong, o intuito é, também, manter o poder sobre a ilha. Isso porque, em 2014, a Revolta dos Guarda-Chuvas marcou o início de uma série de protestos a favor da democracia no país. Contudo, o estágio avançado de desenvolvimento reluz à China, que vê um enorme potencial comercial por lá.

China Hong Kong
A Chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, em pé com o novo Comandante-Chefe da Guarnição do Exército de Libertação Popular da China, Major General Peng Jingtang Foto: Information Services Department/AFP

Medidas restritivas em Hong Kong

Com o envio do comando chinês a Hong Kong, especialistas afirmam que se trata de um passo importante para a política local. Isso porque o vigésimo congresso do Partido Comunista chinês acontecerá em breve. Com isso, há um temor de que novas revoltas possam surgir.

Além disso, o partido deve lançar, novamente, Xi Jinping a um terceiro mandato, depois de abolir limites à reeleição em 2018. Seria o terceiro mandato consecutivo do atual presidente do país. Por outro lado, a decisão de enviar o general Peng Jingtang para a ilha mostra uma face mais dura da China em relação à Lei de Segurança Nacional implementada em Hong Kong. Dentre outras coisas, a lei criminaliza atividades consideradas de subversão e terrorismo, como protestar em favor de democracia. O projeto também prevê criação de novas unidades policiais.

Vale lembrar que, por causa dessa nova face chinesa, países como os Estados Unidos e o Reino Unido, anunciaram um boicote ao jogos de inverno de Pequim, que acontecerão em fevereiro. A ideia é mostrar ao mundo as infrações aos direitos humanos que aconteceram no país asiático.

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