China pode estar à beira da crise, dizem analistas
A China pode estar à beira de uma crise política, afirmam analistas. Isso porque o presidente do país, Xi Jinping, concentrou grande parte do poder do partido em suas mãos. Ele é o segundo maior chefe de Estado da China, atrás apenas de Mao Tse Tung. Apesar disso, o presidente é alvo constante de questionamentos e, por isso, pode desencadear uma crise política por lá.
Contudo, a economia do país está forte. O crescimento de 8,1% em 2021 veio bem acima das expectativas e manteve o país como o motor do crescimento do mundo. Hoje, os chineses são os principais parceiros comerciais de grande parte dos países do mundo, incluindo o Brasil.
O Partido Comunista está rachando
Segundo fontes e especialistas, o Partido Comunista da China sofre com uma fragmentação interna. Isso porque Xi Jinping está concentrando todo o poder do partido em suas mãos, o que levanta opositores ao presidente. Com isso, ele perde a confiança de parte do partido, que deixa de apoiá-lo.
Além disso, o presidente tocou em pautas adormecidas pelo partido, o que pode gerar debates acalorados. Um exemplo disso é a maior interferência do país em ilhas antes autônomas, como Hong Kong e Taiwan. Recentemente, o governo chinês busca tomar à força o controle desses territórios. Apesar disso, o mundo vê com preocupação e desprezo esse movimento, o que pode manchar a imagem do líder do partido.
Com essa empreitada, a população desses países começa a levantar protestos contra o governante. Dessa forma também crescem as chances de ele perder o controle da situação ou, ainda, mostrar uma repressão demasiadamente forte. Vale lembrar que ele é acusado de mandar matar muçulmanos dentro do seu território. Essa aversão aos direitos humanos na China rendeu um boicote aos jogos de inverno de Pequim por países importantes, como Estados Unidos, Reino Unido e Canadá.
Em outubro, ele será renomeado presidente da China
Há uma cenário de certeza de que, em outubro, Xi Jinping será renomeado para mais 5 anos de mandato na China. Isso porque o Partido Comunista Chinês faz a sua convenção para nomear cargos e também um novo líder para o partido e, por consequência, para o país.
Dessa forma, Xi Jinping, ao ser renomeado, mostra o tamanho de seu poder e influência na China. Por isso, especialistas afirmam que, quanto maior o poder de um presidente, maiores as chances de ele criar inimigos e entraves internos. Além disso, pesa contra ele o fato de a China ainda ser um país muito desigual, apesar de seus números exorbitantes na economia.
Atualmente, a China também briga com os Estados Unidos em uma espécie de nova Guerra Fria. Com duas forças antagônicas, a economia do mundo depende, direta ou indiretamente, de uma das duas economias. Por causa disso, pode ser que a conta chegue a diversos países do mundo, como o Brasil. Apesar disso, partidários de Xi Jinping afirmam que o país não está preparado para uma guerra econômica dessa magnitude. Contudo, há uma mudança clara em relação à geopolítica internacional. Anteriormente, a China era parceira econômica. Agora, em alguns países, ela tenta ditar os rumos políticos, o que pode gerar consequências não vistas antes.