Caso offshore vai parar no Legislativo

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou hoje, 5, o convite ao ministro da economia, Paulo Guedes, e ao presidente do Banco Central, Campos Neto, para darem mais esclarecimento sobre o caso das offshore, da investigação Pandora Papers.

A notícia que abalou o mundo foi lançada no domingo e, posteriormente, diversos países já se movimentam para investigar os acusados.

Entenda o caso

O Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) lançou no domingo mais de 11 milhões de documentos, de 14 fontes. Eles mostravam diversos políticos e celebridades que têm offshore em paraísos fiscais.

Nesses países, a tributação é quase irrelevante e a fiscalização é praticamente nula. Por isso, muitas das pessoas mais ricas do mundo utilizam essas empresas para lavar dinheiro e sonegar impostos.

Dentre as celebridades que têm essas empresas estão Shakira, Elton John, Ringo Star. Por outro lado, políticos como Vladimir Putin, Tony Blair e, no Brasil, Paulo Guedes e Campos Neto também têm offshore nesses países.

Um cruzamento de dados do portal Metrópoles constatou que 65 dos maiores devedores de impostos à União têm offshore nos paraísos fiscais. Com isso, levanta-se mais uma possibilidade de sonegação dessas pessoas e, claro, dos agentes econômicos investigados pelo CAS.

Paulo Guedes e Roberto Campos Neto sugeriram a data de 19 de outubro para a audiência pública.

offshore Pandora Papers
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central. Crédito: Getty Images / BBC News Brasil

Paulo Guedes e Campos Neto

O ministro da economia, Paulo Guedes, tem uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas com um capital social aproximado de US$9,55 milhões, segundo a Pandora Papers

De acordo com Guedes, ele declarou corretamente a conta à Receita Federal, mas o Legislativo quer investigar se houve tomada de ações que tenham favorecido o ministro.

Isso porque a alta cotação do dólar fez com que o patrimônio de Paulo Guedes se multiplicasse consideravelmente durante o período em que fundou a Dreadnoughts International até hoje.

Além disso, Campos Neto, fundador da Cor Asset, que já foi encerrada, manteve sua offshore durante mais de 600 dias enquanto esteve na presidência do Banco Central, cargo que ocupa até hoje. Por isso, mesmo com o fechamento da empresa, Câmara e Senado devem investigar se as medidas tomadas por Campos Neto afetaram, de alguma forma, seus rendimentos.

Alessandro Vieira (Cidadania – SE), requerente dos convites, juntamente com Jean Paul Prates (PT-RN), disse que é difícil a atual situação. “Imagine o brasileiro acordar com a manchete de que o presidente da Petrobrás é dono do posto de gasolina. É mais ou menos isso: a política econômica deste governo fez com que o patrimônio no exterior d ministro da economia mais que dobrasse.”, afirmou.

O aparecimento do escândalo das offshore causou um grande ruído ontem, que fez com que o Ibovespa despencasse mais de 2% no pregão diário. Além disso, a notícia faz o risco de investir no Brasil crescer mais ainda, afastando investidores e colocando para baixo as futuras previsões do PIB.

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