Os Estados Unidos vivem um momento de tensão em sua economia, da mesma forma que ocorre no Brasil. O risco de calote ou de furo de teto de gastos também é uma realidade por lá. A questão, porém, é que as decisões por lá afetam o mundo todo.
Declarações de Joe Biden afetaram ainda mais o cenário por lá.
Entenda o caso
Há um risco de calote na economia dos Estados Unidos. Em outros termos, o governo está devendo, não nega, mas não promete que fará o pagamento em dia.
Isso preocuparia qualquer investidor, mas quando ele empresta para o governo americano, em teoria o investimento mais seguro do mundo, preocupa ainda mais. Afinal, se os EUA não pagam, quem há de pagar? Não há resposta.
Além disso, atingir o teto de gastos significa que os projetos trilionários de infraestrutura de Joe Biden (sua promessa de campanha), não sairiam do papel. Com isso, a popularidade dele cairia mais um pouco, além de a economia continuar em sua trajetória de recuperação pífia.
Na segunda-feira (04), Biden afirmou que não pode garantir que não haverá um calote da dívida nos Estados Unidos. Isso porque o partido Republicano, oposição ao atual presidente, disse que não há sentido nem justificativa para aumentar o teto de gastos.
Criticou Trump
Nesse momento de risco de calote nos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump não passou ileso. Isso porque Biden criticou o que se considera uma das maiores realizações de Trump: a reforma tributária.
Quando estava no governo, Trump realizou, junto ao Congresso, uma reforma tributária que diminuiu os impostos e, com isso, a arrecadação estatal por lá. Biden disse que essa perda de arrecadação prejudicou o país no momento de pandemia. Apesar disso, Biden esquece que a aprovação foi em 2018.
Além disso, o partido Republicano também foi alvo de falas do presidente. Para ele, não suspender o teto de gastos “é hipócrita, perigoso e vergonhoso” e uma possível manutenção do teto nos atuais patamares levaria a economia de lá rumo a um “precipício”.
A economia como ela é
No mundo todo, inclusive no Brasil, aumentar o teto de gastos é uma política quase suicida, segundo a grande parte dos economistas. Por isso, o calote nos EUA, assim como o teto de gastos por aqui, precisam de mais criatividade dos governos.
Isso porque um aumento no teto, ou uma eventual suspensão dele, leva a uma escala inflacionária sem precedentes. Por lá, soma-se o fato de o governo Democrata ser reconhecidamente gastador e, diversas vezes, irresponsável.
Apesar disso, de acordo com a secretária do Tesouro Americano, Janet Yellen, os EUA podem ficar sem dinheiro para cumprir diversas obrigações que vencem no dia 18 de outubro.
Com isso, o mercado financeiro fica de olho em como o Legislativo americano vai proceder. As bolsas operam em queda no dia de hoje, fruto de um recorrente cenário de turbulência na economia, com crescimentos baixos, inflações altas e abastecimento comprometido.
