Auxílio Emergencial até 2022: entenda
O jornal Valor Econômico afirmou nesta terça-feira (28) que uma de suas fontes conseguiu a informação de que o Auxílio Emergencial pode ser prorrogado até abril de 2022.
Isso seria uma resposta às dificuldades dos precatórios e do Auxílio Brasil.
A volta do auxílio
O Auxílio Emergencial foi fundamental para segurar as pontas durante a pandemia, principalmente nas famílias de menor renda.
Como um programa de transferência direta, o Governo Federal passou a depositar mensalmente valores na conta de pessoas que se encaixavam em determinados perfis.
A medida visava o combate à fome, principalmente em uma época de alto desemprego e uma impossibilidade de retomada econômica.
O enredo
O Governo Federal vem caminhando para apressar medidas eleitorais para o ano que vem, e o Auxílio Emergencial repercutiu muito bem.
Em 2020, durante o pagamento, a popularidade de Jair Bolsonaro subiu, atingindo os patamares recordes. Porém, o pagamento se destinava a combater a pobreza durante a pandemia.
E deveria ter ficado assim, até que a pasta da economia começou a esbarrar nas reformas e projetos necessários.
No caso dos precatórios, o teto de gastos aperta as finanças do governo, que pode ficar sem poder financiar infraestrutura e outros estímulos ao país. Evidentemente, isso faria com que o governo Bolsonaro não pudesse fomentar a economia em um ano eleitoral.
A negociação sobre o pagamento dos precatórios ainda está em andamento, mas sem previsão de solução.
Por outro lado, o Auxílio Brasil deu o que falar nesta última terça (28), quando o Senado aprovou o projeto, que passa a ser financiado por uma arrecadação que sequer existe. Por isso, o embate entre a pasta do Executivo e os responsáveis no Legislativo está grande.
A oposição já se prepara para barrar o projeto ou, ainda, adiar as votações para que o auxílio não entre em vigor em 2022, o que seria uma grave derrota para Bolsonaro.
Além disso, a reforma do IR está empacada e gerou tensão entre os poderes. Para saber mais, clique aqui.
Agora, a popularidade de Bolsonaro está em baixa, de acordo com pesquisa do Datafolha, com 22% da população considerando seu governo ótimo/bom, contra 53% avaliando ruim/péssimo.
O que dizem analistas
A preocupação é geral quando se fala em extensão do Auxílio Emergencial.
Não pelo fato dos gastos, mas pela grande preocupação do Governo Federal de andar, a qualquer custo, medidas eleitorais antes de 2022.
Isso porque as pesquisas também mostram que Lula, em uma provável corrida eleitoral, ganharia de Bolsonaro num eventual segundo turno.
Por isso, o atual presidente busca se redimir com a sociedade e buscar apoio não apenas em sua base fiel, mas também nas classes de menor renda.
Apesar disso, o estrangulamento das finanças do governo impedem maiores passos e o risco de drible no teto de gastos é real, com Paulo Guedes negociando retirar pagamentos do teto de gastos, como os precatórios.
Por lei, os precatórios devem entrar no teto.