Varejo: vendas caem mais uma vez; Via tem queda forte

As vendas do varejo decepcionaram mais uma vez e caíram 1,3% no mês de setembro. O resultado assusta, porque é a maior queda para mês desde que o estudo começou, em 2000. Dessa forma, os indicadores mostram que o setor de vendas não está animando.

Com os indicadores, esperava-se que as ações de venda caíssem. Magalu sobe forte, enquanto Via, de fato, despenca, mas por outros motivos.

Os dados do varejo

A queda nas vendas do varejo preocupa não apenas os investidores, mas também quem depende das vendas para ter uma renda. Isso porque a queda, mesmo que menor que o dado anterior, é relevante. Cair 1,3% representa milhões de reais na economia que deixam de rodar. E a inflação não deixa de ter sua parcela de culpa.

Com o aumento dos preços, a tendência natural da população é gastar apenas com o básico. Com isso, as vendas de produtos não essenciais entram em queda, além de terem o preço aumentando pelo aumento dos custos. Assim, as vendas do varejo sofreram por mais um mês.

A expectativa do mercado era de que as vendas caíssem 0,6%, uma queda bem menor que a relatada pelo IBGE. Na comparação com mesmo mês do ano passado, a queda é de assustadores 5,5%, mais que os 3,9% esperados.

Apesar dos dados ruins, o volume de vendas aumentou em relação ao mês de agosto, o que não foi suficiente para reverter os resultados negativos. A receita com as vendas também aumentaram, mas continuaram em queda, agora de 0,2%. Esse dado é o menor desde dezembro de 2020.

E com as quedas no varejo, é esperado que as ações de empresas ligadas ao setor operem em queda. Porém, isso não aconteceu com Magazine Luiza. Em compensação, Via despenca no pregão.

varejo
Foto: Notícias Botucatu / Reprodução

O que aconteceu com Via?

As ações da Via estão operando em baixa de mais de 10% no momento em que esse post foi ao ar. Isso porque ontem a empresa reportou seus resultados trimestrais. Vindo de um leve lucro, a empresa reverteu e fechou o trimestre no prejuízo. As ações já caíram 40% no ano.

Ontem, a Via, antiga Via Varejo, informou ao mercado que fechou em prejuízo líquido atribuído aos controladores. O valor do rombo foi de R$638 milhões. No mesmo período do ano passado, o resultado fechou em R$590 milhões de lucro. O prejuízo vem principalmente por causa de dívidas trabalhistas e judiciais que somaram R$810 milhões de reais. Essa conta entra como gasto não recorrente.

Se retirarmos os gastos não recorrentes, a empresa operou em lucro de R$101 milhões entre julho e setembro. Apesar disso, os investidores e analistas estão preocupados, pois a própria empresa disse que as perspectivas são de que as dívidas trabalhistas aumentem.

Por outro lado, as ações de Magazine Luiza (MGLU3) operam em forte alta de 7,76%, com as expectativas dos resultados, que serão lançados após o fechamento do pregão. A alta vem de um relatório da Bloomberg, que prevê dados fortes para a empresa, ao contrário do varejo.

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