IPCA: inflação mais alta em 19 anos

O IPCA de outubro veio e o patamar não agradou ninguém. Isso porque a alta dos preços ficou em 1,25%, acima das expectativas. A maior vilã do mês foi a já conhecida gasolina, que teve alta de 3,10%.

O resultado também é maior que o mês de setembro, onde o IPCA subiu 1,16%. Isso quer dizer que a inflação não está dando trégua, como previa o Ministério da Economia.

IPCA nas alturas, poder de compra nas mínimas

O IBGE divulgou os dados da inflação hoje pela manhã (10) e o susto só não foi maior porque o IPCA-15 abrandou as expectativas. A alta de 1,25% da inflação em outubro só fica abaixo da alta de 2002, no mesmo mês, quando subiu 1,31%.

Com esses patamares, o índice de preços já subiu 8,24% no ano e 10,67% em 12 meses. É o maior patamar anualizado dos preços desde janeiro de 2016, quando o IPCA fechou em 10,71%.

A expectativa do mercado ficava em torno de 0,98%. Contudo, com a prévia do IPCA vindo mais alta, o mercado reajustou as previsões para 1,05%. E errou de novo. Com isso, economistas começam a ser unânimes em afirmar que a inflação não vai arrefecer nos próximos meses. Isso porque a inflação começa a ter, agora, um fator a mais: a expectativa de inflação.

Isso quer dizer que comerciantes começam a aumentar os preços antes que isso de fato ocorra. Essa expectativa se reflete em patamares ainda mais altos no futuro, o que também vai pressionar o Banco Central na taxa Selic em outubro.

IPCA
O aumento da inflação mostra que o IPCA não dará folga. Foto: FreePik / Reprodução

O que impactou os preços?

O IPCA subiu a níveis recordes e isso tem explicação. Isso porque alguns produtos afetam mais que outros no índice de preços. Mas nesse mês os vilões não mudaram: gasolina e energia elétrica seguem sendo os principais fatores do aumento dos preços.

Na gasolina, o aumento de 3,10% no mês impactou em 0,19 ponto percentual no aumento dos preços. No caso da energia elétrica, o impacto foi forte também. E o problema desses aumentos é que eles impactam todos os outros preços. Isso porque afetam no preço do frete e da produção. Com isso, os produtos que dependem de produção com energia terão aumento de preços também.

Por isso, os setores que mais subiram foram o de transportes (2,62%), vestuário (1,80%), artigos de residência (1,27%). Seguindo eles estão alimentação e bebidas (1,17%), habitação (1,04%), despesas pessoais (0,75%), comunicação (0,54%) e educação (0,06%).

Esse dado já preocupa o mercado para o futuro, dado que a Selic pode precisar subir mais que o previsto. Dessa forma, o patamar máximo de agora, 11%, pode ser quebrado. Economistas não descartam taxas de juros a níveis recordes, como foi em 2016, quando a Selic bateu 14%.

Na parte dos investimentos, o Tesouro IPCA segue sendo o melhor meio de se proteger da inflação. Além disso, fundos de investimentos atrelados ao IPCA, CDB, LC e outras rendas fixas com indexação à inflação também valem.

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