Sérgio Moro se filia ao Podemos e discurso agrada mercado
O ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro se filiou ao Podemos. Em seu discurso, com ar de pré-candidato, ele deu a tonalidade esperada: o combate à corrupção. Além desses temas, ele levantou voz contra pautas caras à política brasileira, como a reeleição e o foro privilegiado.
Porém, o maior dos destaques ficou na agenda econômica. Muito obscura e desconhecida, por causa de sua área de atuação, o presidenciável já escolheu sua agenda.
O que defendeu Sérgio Moro?
O presidenciável Sérgio Moro se filiou ao Podemos no diretório do Paraná. Com esse aceno aos eleitores, Moro colocou em jogo suas pautas políticas de forma explícita e criticou, abertamente, os candidatos Lula e Jair Bolsonaro.
Em sua filiação, o ex-juiz afirmou que é a hora de acabar com a polarização e pensar no país. No combate à corrupção, criticou esquemas suspeitos do Partido dos Trabalhadores (PT) e da atual gestão de Jair Bolsonaro. Além disso, criticou os meios ilícitos dos quais os governantes utilizam para governar.
“Chega de corrupção, chega de mensalão, chega de petrolão, chega de rachadinha. Chega de orçamento secreto“, afirmou. A fala vem em meio à suspensão do pagamento do orçamento secreto da PEC dos precatórios, aprovada ontem pela Câmara dos Deputados.
Erradicar a pobreza
Ele ainda defendeu a erradicação da pobreza e deu meios para isso. Afirmou que fará uma “força tarefa”, dialogando com servidores públicos e utilizando mais meios do que atualmente. Posteriormente, falou que apenas transferência de renda não é o suficiente, e disse que o governo precisa “identificar o que cada pessoa necessita para sair da pobreza”. E ao tocar em Auxílio Brasil, disse que para erradicar a miséria não é necessário “destruir o teto de gastos ou a responsabilidade fiscal“.
Além disso, o discurso contemplou a defesa aos jornalistas. Dessa forma, Moro afirmou que a mídia é necessária para manter uma democracia, na medida em que jornalistas servem “como vigilantes de malfeitos dos detentores do poder“. Isso porque a oposição a Moro critica seu bom andamento dentro da Rede Globo e uma possível proximidade dele com o alto escalão da emissora.
O discurso no Paraná sugere que Moro irá para a vaga da presidência. Isso porque, no estado, quem disputará o Senado é Álvaro Dias. Como há apenas uma vaga, analistas políticos dão certeza de moro na corrida presidencial.
Agenda econômica
Contudo, na parte mais interessante de seu discurso, Moro abriu o jogo sobre o que pensa da economia e como pretende mantê-la em um possível mandato. Para isso, defendeu as reformas. Com essa mensagem, acenou ao mercado financeiro, que vinha apoiando, mesmo que discretamente, Eduardo Leite.
Para isso, Sérgio Moro defendeu o andamento das reformas, em especial a Reforma Tributária, que está em trâmite no Congresso. Para ele, uma nova tributação, mais eficiente e justa, deve ser implementada. Por outro lado, defendeu a privatização de estatais ineficientes, mas não deu detalhes do que considera “ineficiência”.
Apesar de não estar oficialmente na corrida presidencial, Moro já lidera a terceira via, segundo algumas pesquisas. De qualquer forma, esse é um passo importante para as eleições de 2022.