Sérgio Moro defende mandato para ministros do STF; veja
O presidenciável Sérgio Moro falou ontem, 27, a um grupo de empresários do Personalidades em Foco. Na entrevista, o ex-juiz apresentou suas propostas e também falou o que pensa sobre o Supremo Tribunal Federal (STF). Isso porque a Corte está sendo questionada no país inteiro, desde a chegada de Bolsonaro, por ter uma importância muito maior que outros poderes. Por isso, Moro defendeu mandatos para o STF.
Além disso, o candidato do Podemos defendeu a resolução de processos judiciais em primeira e segunda instâncias. Na prática, isso daria mais agilidade para o processo jurídico brasileiro, que hoje é lento, segundo especialistas.
Falou sobre tudo
Sérgio Moro, em entrevista a empresários, falou um pouco sobre o que pensa para o país e deixou ainda mais clara a sua agenda econômica. Essa pasta era uma das mais aguardadas pelos analistas políticos. Isso porque Moro é fortemente ligado à justiça brasileira, e a economia, até então, era uma incógnita.
Apesar disso, o presidenciável defendeu algumas reformas, como a administrativa. Contudo, Moro defendeu a eficiência do Estado, não apenas o barateamento dos gastos públicos. “A reforma administrativa tem sido focada na redução de custos. Mas se for pensar o que queremos de um governo: escolas de menor custo ou de qualidade?”, falou o candidato. Além disso, Moro defendeu uma agenda bastante focada no centro do espectro político, com algumas intervenções na economia, e o Estado abrindo mão em outros lados.
Apesar das falas importantes, o foco ficou na discussão sobre o sistema judiciário brasileiro. Nessa questão, Moro defendeu tirar a necessidade de tudo chegar ao STF. Para ele, isso atrasa as execuções penais e também afeta a vida dos brasileiros de forma significativa. Ele ainda defendeu os mandatos para ministros do STF.
Moro defendeu reformas no Judiciário
Sérgio Moro falou sobre a necessidade de algumas coisas mudarem no sistema judiciário, na visão dele. Isso porque o excesso de processos presos no STF é alvo de críticas por parte da população e também da classe política. Para Moro, muitas pautas podem ser resolvidas na primeira e na segunda instâncias.
“Há hoje uma excessiva verticalização, tudo pode chegar ao Supremo. Precisa resolver as coisas em primeira e segunda instâncias”, disse Sérgio Moro. Além disso, ele afirmou que buscará outras medidas que podem mudar o futuro do país. Nessa questão, defendeu o fim da reeleição e também o fim do foro privilegiado. “A dificuldade é fazer a demanda por reformas essenciais vencer os interesses setoriais e corporativos“, lembrou.
Questionado sobre suas ideias, Moro afirmou que, diferentemente do atual presidente, ele é “institucional”, e não defende acabar com as instituições. “Não vou ser um anjo vingador. O que queremos é fortalecer nossas instituições. Quando fui ministro, conversei muito, mas fui sabotado. Há espaço para discussões”, afirmou, sinalizando que será um articulador e que buscará conversar com todos. Ainda, ele relembrou o caso de Emmanuel Macron, presidente da França, que rompeu com a polarização política no país. Além disso, o diálogo com a população, disse Moro, servirá para falar a “linguagem popular”, uma das maiores críticas de apoiadores. Na reunião, o empresário Paulo Zottolo, ex-presidente da Nivea, alegou que o candidato não consegue se comunicar entre as diversas camadas da população.
Atualmente, Moro fica em terceiro lugar nas pesquisas, variando entre 7% e 10% dos votos, o que é insuficiente para chegar a um segundo turno. Bolsonaro e Lula lideram as pesquisas e devem formar um segundo turno em 2022, segundo dados.