As ações da companhia brasileira Embraer estão em alta no mercado financeiro e até sob os olhares de grandes bancos, como Goldman Sachs.
O ativo mais que dobrou de preço nesse ano, alavancado por expectativas boas.
Mais expectativas que números
A Embraer entrou no radar dos investidores internacionais mais por causa de seus projetos que pelos seus números e resultados.
Isso porque a empresa não tem fundamentos tão bons se compararmos com outras empresas do setor de turismo e aviação, mas as notícias fazem com que investidores internacionais queiram fazer parte do que seria um turn around aos modos Embraer.
Após ter a venda à Boeing cancelada pela empresa americana, que enfrentou um processo de pressão externa pela queda de aviões, a companhia brasileira ainda está no vermelho em 2021, com um resultado, até agora, de R$310 milhões negativos, somando uma dívida líquida de R$9 bilhões, frente a uma receita de R$10,3 bilhões.
Ou seja, se mantiver essas receitas, a empresa ainda demorará um tempo para dar lucros consideráveis, que poderia se converter em proventos relevantes, o que não aconteceu no último ano. Para se ter uma ideia, o último provento da empresa foi pago no dia 11/01/2019, no ínfimo valor de R$0,01 por ação.
Então, com mais de dois anos sem proventos, o que explica a alta de 186% no valor das ações desde o início desse ano?!
Carros voadores e uma nova realidade
Com um total de 56 aeronaves entregues nesse ano, a Embraer agora busca se aventurar em novos ramos, inclusive abrindo novos mercados.
Isso porque através da Eve, sua subsidiária, planos de construção de carros voadores animaram o mercado e agora parece mais sólido que nunca.
Com os projetos aprovados pela empresa, investidores acreditam que essa abertura de novos mercados pode trazer caixa à empresa.
Além disso essa inovação também daria uma relevância maior, perto de suas concorrentes Boeing e AirBus.
No mercado da aviação civil, a Embraer é a empresa menos relevante na produção de jatos, mas isso não impediu uma expansão nos negócios da empresa.
Além disso, uma notícia soou bem aos ouvidos do mercado: a Embraer fez um acordo com a Bristow para entregar 100 veículos aéreos elétrico à operadora global de helicópteros.
As empresas planejam otimizar o projeto juntas, melhorando o desemprego e os meios de tráfego aéreo.
Com pousos e decolagens verticais, propulsão e motor através de energia elétrica, o “carro voador” é visto como uma alternativa que baixaria custos de operação.
Por causa disso, em um ano, as ações da companhia subiram quase 300%, acompanhando também a recuperação dos ativos ligados ao turismo e aviação.
Contudo, apesar da euforia, é preciso cautela para investir na empresa, que ainda está longe de ter fundamentos sólidos e atrativos.
