O Ibovespa em meio ao caos
O Ibovespa caiu mais uma vez nessa semana, fechando setembro no vermelho. O cenário internacional de incerteza não deixa o índice subir.
Hoje o índice até engatou uma leve alta, mas a realização dos lucros não permitiu o fechamento no verde.
Por isso, em vez de falar do dia, vamos fazer um compilado do que ocorreu nesse mês.
O enredo todo
O mês começou com algumas incertezas na economia mundial. A retirada das tropas americanas do Afeganistão foi sentida no mundo todo. Isso porque a confiança no governo Joe Biden ficou ameaçada.
Com isso, o pacote trilionário de infraestrutura ficou ameaçado, apesar de ter sido aprovado pelo Senado americano em agosto.
Por outro lado, também tivemos uma ameaça do Grupo Anonymous ao site do FIB Bank, empresa investigada pela CPI da Covid. Esse ataque ocorreu em ameaça ao que o presidente iria dizer nas manifestações de 7 de setembro.
Nos protestos, Bolsonaro levantou a voz contra ministros do supremo e deixou mais clara a sua oposição aos sistemas democráticos e a sua veia autoritária. Com esse temor, a bolsa tomou um tombo violento no dia seguinte, 8, com queda de 2,80%. O mercado ficou temeroso com uma possível ruptura democrática.
Depois disso, fechando a primeira quinzena do Ibovespa, o Banco Central Europeu decidiu que retirará os estímulos à economia europeia, da mesma forma que agirá o FED em novembro. Apesar disso, a economia europeia parece estar andando normalmente, enquanto nos EUA as coisas não estão tão boas assim, já que a inflação veio abaixo do esperado.
Além disso, tivemos a percepção de que a Selic poderia subir mais de 1%, o que não ocorreu. Apesar disso, para alguns analistas, uma alta de 1,5% era extremamente cabível.
Segunda quinzena
O terror continuou no Ibovespa na segunda quizena do mês de setembro.
A suspensão da MP do Marco Civil da internet e a anulação de mais alguns processos do ex-presidente Lula firmaram mais duas perdas para Bolsonaro no mesmo dia. Se você não está lembrado, basta clicar aqui.
A saga continuou quando os precatórios continuaram em pauta e, até então sem solução, preocupava o mercado com um possível furo do teto de gastos, premissa para impeachment.
Além disso, Bolsonaro aumentou o IOF para financiar o Auxílio Brasil, que é uma das principais medidas eleitorais do governo. Para se identificar com a classe menos favorecida do país, ele busca o novo benefício, em valores maiores, para angariar votos.
Por outro lado, no empresariado um possível desconforto estaria preocupando a classe com a reforma do IR. Apesar disso, a tratativa está em tramitação no Senado, que deve aprovar algumas medidas, principalmente a tributação sobre dividendos.
O Ibovespa chegou a engatar 4 dias seguidos de queda e perdeu os 112 mil pontos no dia 7 de setembro.
Após isso, o discurso de Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU, o caso Evergrande e a alta mundial de juros derrubaram mais ainda a bolsa, que fechou o mês com perdas de 7,16%.
Apesar disso, as expectativas para o longo prazo seguem firmes para alguns fundos, que se posicionam comprados em alguns ativos, dado o desconto, medido pelo preço/lucro.
Que o próximo mês seja melhor!
Bons investimentos.