Sérgio Moro marcou mais um capítulo da sua candidatura às eleições de 2022; confira
O presidenciável Sérgio Moro marcou mais um capítulo do lançamento de sua candidatura às eleições de 2022. Em entrevista ao Conversa com Bial, programa da Rede Globo das madrugadas de segunda a sexta, o filiado ao Podemos disse que Affonso Celso Pastore é seu conselheiro da economia.
Dessa forma, o nome levanta muitas expectativas sobre a candidatura, principalmente porque o economista é pró-mercado e agrada grandes empresas do país.
Quem é Affonso Pastore?
Citado por Sérgio Moro como seu “guru” da economia, Affonso Pastore é nome conhecido dentro do cenário econômico brasileiro. Com um currículo extenso e de grande relevância, o economista é respeitado no meio acadêmico e no meio empresarial.
Formado em economia e doutor pela Universidade de São Paulo (USP), Pastore é um dos economistas mais atuantes nos debates sobre economia brasileira. Além disso, ele foi presidente do Banco Central do Brasil de 1983 a 1985, durante o governo João Figueiredo, o último da ditadura civil-militar. Com grande relevância na época, Pastore negociou a dívida brasileira com o FMI, uma das mais importantes instituições econômicas do mundo.
Além disso, Pastore tem atuado fortemente em criticar as medidas econômicas do governo Bolsonaro. Por isso, o economista tem a mesma oposição que Moro à atual gestão, dado que o ex-ministro pediu demissão em 2019. Em setembro do ano passado, Pastore disse à Rede Globo que Bolsonaro “tem um objetivo de se reeleger em 2022. Talvez, seja o maior objetivo do seu governo, não é propriamente o bem estar dos brasileiros. Se fosse o bem estar dos brasileiros, ele não teria negado a pandemia do jeito que negou lá atrás“.
Anteriormente, Pastore já foi professor da USP e é fundador do Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP), que reúne diversos economistas e pensadores do país.
O projeto de Moro
Além de citar o nome de Pastore, Sérgio Moro disse na entrevista que seu projeto ainda está em andamento, o que supõe que ele ainda não tem todas as promessas de campanha prontas. Ele rebateu críticas de que teria abandonado o Brasil e falou sobre sua demissão.
As críticas a Moro vieram depois que ele começou a prestar serviços para uma consultoria jurídica que defende a JBS. Moro condenou a empresa nos relatórios da Operação Lava Jato. Por isso, defender que ele acusou foi uma das críticas mais pesadas que ele recebeu. Disse que seu passado como juiz é diferente de sua vida profissional atual.
Sobre seu pedido de demissão, Moro disse que Bolsonaro interviu na troca de comando da PF. Além disso, Moro afirmou que Bolsonaro reiteradamente desmantelou os esquemas anticorrupção propostos na campanha. Com isso, disse que sua saída do governo foi por questões de princípios pessoais.
Segundo pesquisas, Moro é um dos candidatos mais fortes na chamada “terceira via” e teria, hoje, cerca de 7% dos votos, o que dá a ele um terceiro lugar. Contudo, Moro ainda falou que deve apresentar seu projeto em breve e que está estudando sobre as questões brasileiras.