Atualmente em recuperação judicial, a Latam informou ao mercado que tem acordo com credores para aprovar um plano de recuperação e, posteriormente, sair da recuperação judicial. O anúncio foi feito pelo presidente global da Latam, Roberto Alvo, que também afirmou ter confiança nos credores e no processo.
A Latam entrou em recuperação judicial durante a pandemia para buscar salvar a empresa de dívidas que se multiplicaram durante a queda nas viagens em 2020. Contudo, há alguns meses, a empresa corre contra o tempo para sair do processo, tendo em vista “ameaças” de ofertas de compra pela Azul.
Porque é tão importante?
O fim da recuperação judicial da Latam é importante no setor de aviação, de modo a buscar manter os preços cada vez mais baixos. Isso porque um possível venda para a Azul deixaria apenas duas grandes companhias aéreas: Azul e Gol. Contudo, segundo a Latam, isso não acontecerá. Agora, a empresa tem o apoio de 71% dos credores, mais que o mínimo de 66% exigidos pela lei americana.
Isso porque a empresa abriu seu processo de recuperação judicial por lá. Por isso, deve seguir as regulamentações dos Estados Unidos para sair dessa situação. Segundo Roberto Alvo, “o apoio de credores na proposta apresentada já é suficiente para aprovar plano“. Agora, o plano vai à justiça americana, que precisa aprovar o caso, de acordo com o Capítulo 11 da legislação.
O apoio vem após cinco pedidos de prorrogação pela Latam. O prazo inicial era de 18 meses para apresentar o plano, mas a Latam entendeu que o prazo era curto. Agora, além do plano pronto, a empresa contará com uma injeção de US$8,9 bilhões por meio de capital novo, títulos conversíveis e dívida através de empréstimos e financiamentos. O dinheiro deve ser mais que o necessário para a empresa impulsionar suas operações e aumentar a frota, como já foi divulgado à imprensa.
Latam recebeu proposta da Azul
Durante esse processo de recuperação judicial, figuras importantes da Azul informaram que entrariam com uma proposta para comprar as operações da Latam no Brasil. Além da Azul, Roberto Alvo afirmou que outras empresas aéreas apresentaram propostas, mas a empresa recusou todas.
Ainda segundo ele, a Azul apresentou uma proposta, a qual chamou de “incompleta” e “insuficiente”. Desde o início dos boatos, a Latam se contrária à junção com a Azul, com Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil, falando que a Latam não estava à venda.
Ainda segundo a empresa chilena, as outras propostas são confidenciais e não precisam ser abertas. Com isso, a empresa diz que não divulgará os nomes das empresas proponentes. Recentemente, vale lembrar, a American Airlines injetou dinheiro na Gol, de modo a aprimorar as operações da companhia aérea mais antiga do Brasil em atividade.
Com isso, o processo de recuperação judicial deve acabar em meados de 2022, com a saída da empresa do Capítulo 11. Além disso, a Latam prevê uma retomada forte do mercado de aviação, com as atividades econômicas e turísticas voltando ao níveis pré pandêmicos. Apesar disso, a expectativa contrasta com as últimas notícias sobre a covid.
