IGP-M cai e isso impacta você diretamente

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou hoje o IGP-M do mês de setembro e o índice veio em queda de 0,64%.

Apesar de ser um alívio na alta dos preços, o índice ainda está em patamares altos e deveria preocupar muita gente.

O que é o IGP-M?

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) é um indicador de inflação calculado pela FGV.

Ele não corresponde à inflação oficial do Brasil, mas a divulgação desses dados é importante por alguns quesitos.

O primeiro é que ele reflete o aumento de preço para o setor produtivo do Brasil. Para isso, ele é calculado através de outros três índices, o IPA (60%), o IPC (30%) e o INCC (10%).

O IPA, índice de preços ao produtor amplo, reflete o aumento de preços para os produtores agrícolas e industriais. Ele mede com maior precisão, por exemplo, o impacto do aumento do dólar nas indústrias e no setor produtivo em geral.

O IPC, índice de preços ao consumidor, mede a variação dos preços que o consumidor vê nas prateleiras. Para isso, a FGV mede o preço de alguns bens e produtos fixos. É o mais próximo do IPCA.

Já o INCC, índice nacional da construção civil, pede o aumento de preço de matérias primas para o setor de construção no Brasil, que é responsável por grande parte dos empregos do país e uma forma de diminuir o desemprego de forma rápida.

Na variação anual, o IGP-M já subiu 24,86%, bem acima do IPCA, que beira os 10%.

IGP-M
[Imagem: Karolina Grabowska – Pexels]

Porque o índice preocupa?

O IGP-M é utilizado para verificar o aumento de preços nas empresas e também é utilizado para reajustar o preço dos aluguéis.

Por isso, quanto maior o IGP-M em relação ao IPCA, é um sinal de que a margem de lucro das empresas está diminuindo, o que indica que novas contratações não devem ocorrer ou, ainda, que a economia passa por desaceleração.

Atualmente, os dois servem.

No caso dos aluguéis, o reajuste afeta aqueles que ainda não tem a casa própria. Estatisticamente, isso acontece com pessoas de menor renda. Então, um aumento da inflação significa que as pessoas com menor poder aquisitivo terão reajustes relevantes nos seus aluguéis.

Por isso, se você paga, por exemplo, R$1.000 no seu aluguel, com o reajuste, deverá pagar, no ano que vem, R$1248,60. O aumento desse valor, vale lembrar, não vem sozinho.

Então, sobe o aluguel, o mercado, a conta de luz, água, tudo.

Por outro lado, o salário mínimo é reajustado pelo IPCA. Por isso, o aluguel reajusta a percentuais acima do salário mínimo, significando um menor poder de compra. Apesar disso, especialistas dizem que isso pode ser negociado com o proprietário.

Já para quem investe em Fundos de Investimentos Imobiliários, o reajuste pode representar proventos maiores, não sendo uma notícia tão ruim assim.

O anualizado desse ano está acima do fechamento do ano passado. Hoje, em 24,86%, o IGP-M, em 2020, fechou em patamares recordes de 23,14%.

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