O índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, conseguiu operar em forte alta depois de 12 pregões. A última subida acima dos 1% foi em 13 de outubro. Com isso, a subida de 1,98% iniciou o mês com o pé direito, com empresas operando perto dos 20% de alta.
As falas do governo na COP26, a greve dos caminhoneiros sem demais problemas e os descontos dos ativos chamaram a atenção dos investidores. Por outro lado, o dólar e os juros nos Estados Unidos mostram que o cenário ainda não está tão favorável assim.
O noticiário do Ibovespa
Nos embalos da COP26, o Ibovespa reagiu positivamente às colocações da delegação brasileira em relação ao corte na emissão de carbono. Além disso, uma surpresa do mercado em relação à greve dos caminhoneiros impulsionou o índice. Lá fora, os juros americanos preocupam.
Na reunião da ONU sobre o clima, a delegação brasileira se comprometeu a cortar pela metade a emissão de CO2 até 2050. Com isso, o Governo Federal mostra um alinhamento mais forte com o mercado internacional, substituindo pelo embate direto que norteava seus discursos. Investidores ficaram otimistas com essa pauta e voltaram a investir por aqui.
Por outro lado, a greve dos caminhoneiros não foi tão intensa quanto o imaginado. Isso porque os representantes pararam, de fato, mas não houve bloqueio de estradas, como era esperado. Com isso, não há risco de desabastecimento até o momento. Além disso, uma paralisação poderia pressionar os preços, elevando a inflação um pouco mais. Somado aos dados acima das expectativas do IPCA-15 de outubro, o mercado se animou com o fracasso da greve.
Por aqui, também, ações dos grandes bancos subiram às vésperas dos resultados de Itaú e Bradesco. Com a alta dos juros, espera-se um lucro maior para essas empresas. Falando em bancos, as ações do Banco Inter subiram quase 20% no dia, por causa da reversão do prejuízo no trimestre passado. Além disso, a listagem nos Estados Unidos favorecerá o banco.
Cenário internacional
Lá fora, por outro lado, as notícias não são tão boas. Apesar disso, o Ibovespa não sentiu medo e operou em alta do mesmo jeito. As más notícias vêm da possível antecipação do aumento de juros nos Estados Unidos. Além disso, o dólar operou em alta nessa segunda-feira, se aproximando dos R$5,70.
A inflação é um fenômeno mundial e a economia americana não escapa disso. Por isso, com as expectativas de inflação acima do esperado, o banco de investimentos Goldman Sachs antecipou o aumento da taxa de juros dos Estados Unidos para o meio do ano que vem. Com isso, é natural que investidores saiam do Brasil, mesmo com taxas de renda fixa mais atrativas.
Isso porque o Risco-Brasil ainda continua elevado, se compararmos com o mercado internacional. Além disso, o governo americano tem o poder de imprimir dólares para pagar suas dívidas, o que diminui muito o risco de calote por lá. Dessa forma, mesmo com taxas na casa dos 3% ou 4%, os investidores internacionais passam a preferir os títulos de lá.
Com essa notícia, a busca por dólares subiu e o real se desvalorizou um pouco mais. Com isso, o dólar operou em alta de 0,43%, mesmo com o Ibovespa subindo forte hoje.
