Greve dos caminhoneiros ainda é incógnita

O temor por uma nova greve dos caminhoneiros preocupa as principais entidades de comércio do país e, claro, o Governo Federal. Na última paralisação da comunidade, o Brasil sofreu com o desabastecimento de alimentos e combustíveis.

A greve, marcada para o dia 1º de novembro, segunda-feira, já é publicamente apoiada por três entidades importantes.

Os motivos da greve dos caminhoneiros

As entidades ligadas ao transporte rodoviário podem fazer uma paralisação já na segunda-feira para protestar contra o afrouxamento das políticas reivindicadas em 2018, bem como para manifestar a insatisfação com o atual governo. Além disso, o preço dos combustíveis deve entrar em pauta.

Das entidades que apoiam o movimento, as três principais são a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC). Além disso, alguns sindicatos apoiam o movimento, segundo o Valor Econômico.

Em entrevista ao jornal, alguns manifestantes disseram que a greve tem duração indeterminada e que o governo precisa negociar uma nova política de preços dos combustíveis adotada pela Petrobrás. Para se ter uma ideia, em Bagé, no Rio Grande do Sul, dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) mostram o preço médio da gasolina a R$7,88.

Ainda, os caminhoneiros buscam uma legislação a respeito do piso do valor do frete rodoviário. Vale lembrar que esse transporte é o mais importante para o Brasil, transportando mais da metade das cargas do país.

Uma outra proposta que a greve dos caminhoneiros quer levantar é a aposentadoria após 25 anos de contribuição. A categoria defende que seu benefício deve ser especial e diferente das demais aposentadorias praticadas no Brasil.

Tarcísio Freitas, ministro da Infraestrutura, ao lado de Jair Bolsonaro.
Crédito: AFP via Getty Images

O que o governo acha

Algumas alas do governo temem a paralisação, assim como uma parte do empresariado nacional. Contudo, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, disse a um auditório que a chance de a greve ter as mesmas proporções que 2018 é “zero”.

Segundo o ministro, a “turma que financiou a greve de 2018 está fora”, o que significa que ela não teria as mesmas causas, nem a mesma proporção. Ele ainda fala que o preço do diesel não vai baixar por causa da greve, uma das medidas pedidas pela categoria em 2018. Isso porque a Petrobrás segue uma precificação internacional dos combustíveis, algo que os caminhoneiros também vão reivindicar na possível greve.

Por outro lado, empresários começam a se preocupar com a greve dos caminhoneiros, pois isso pode afetar a produção. Em alguns setores, a falta de insumos poderia se somar a outros gargalos, como a falta de chips e problemas na logística internacional.

Contudo, ainda não se sabe qual será a abrangência da greve desse ano. Isso porque os caminhoneiros são uma categoria formada por muitos profissionais independentes, o que os desvincula de categorias sindicais. Além disso, a greve dos caminhoneiros pode ser sentida de diferentes formas nas diversas regiões do país. Ao que se sabe até agora, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Piauí não têm forte adesão à paralisação.

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