Ibovespa fecha em queda e tem quinto mês no vermelho

O Ibovespa fechou o último pregão de novembro no vermelho, finalizando o quinto mês seguido em queda. Isso porque o cenário não anda favorável por aqui e no mundo. A queda do dia foi de 0,87%, enquanto a mensal foi de 3,44%.

Com a variante Ômicron, os juros e o PIB em patamares ruins, a bolsa fechou nas mínimas do ano. Para ajudar, notícias do FED colocaram mais incerteza na economia brasileira.

Os destaques do Ibovespa hoje

O Ibovespa operou em queda com as incertezas no cenário internacional e também no cenário nacional. Começando pelos destaques daqui, a alta dos juros, a queda do PIB e a aprovação da PEC dos precatórios na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado afetaram o dia. Com isso, o Ibovespa seguiu o cenário internacional e fechou em queda.

O cenário não anda favorável a diversos setores da economia. Dentre os mais afetados pela alta do juros, varejo e construção civil andam de mãos dadas rumo ao fundo do poço. Os ativos operaram em queda hoje, juntamente com o setor do turismo, que fica de olho na pandemia.

Além disso, o mundo digital, que teve uma forte alta no ano passado, começa a corrigir os preços. Méliuz (CASH3) é a grande face desse mundo tech e mais uma vez despontou como as maiores quedas do dia. Por outro lado, o cenário político também ajuda na incerteza.

Isso porque a CCJ aprovou o texto-base da PEC dos precatórios e agora a votação vai a plenário no Senado Federal. Por lá, o governo precisa de 2/3 dos votos para a aprovação, diferentemente da CCJ. A votação de hoje precisava de uma maioria simples. Com isso, o mercado vê o teto de gastos indo para bem longe dos planos do governo, ao mesmo tempo que o gasto público vem aumentando significativamente.

Ibovespa
Foto: Reuters | Reprodução

Powell pesou a mão

Além de todo o cenário negativo por aqui, o presidente do FED, o banco central americano, decidiu pesar a mão nos mercados. Ou melhor, pesou as palavras. Isso porque o Ibovespa viu Jerome Powell afirmar que a inflação nos Estados Unidos pode não ser temporária. E tem mais.

Ele ainda afirmou que a variante ômicron pode reduzir a vontade das pessoas de trabalharem presencialmente, o que afetaria toda a cadeia de produção de insumos. Com isso, teremos menor oferta, o que encarece os preços no futuro. Por isso, ele deu a entender que o FED vai acelerar o tapering devido às incertezas do atual cenário.

Além disso, o movimento de saída do FED da economia pode adiantar o aumento das taxas de juros. Com a dívida pública de lá rendendo mais, é comum que os investidores saiam da renda variável, principalmente nos mercados emergentes como o Brasil.

Nos índices americanos, Nasdaq caiu 1,55%, enquanto o S&P 500 operou em baixa de 1,90. O Dow Jones caiu 1,86%. No radar, além do FED, a variante Ômicron, que começa a se espalhar pelo mundo. Os economistas ainda não sabem o impacto real da variante na economia e aguardam estudos científicos que analisem a eficácia das atuais vacinas.

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