Alcolumbre marca sabatina de André Mendonça

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre, anunciou que vai sabatinar André Mendonça, o indicado de Jair Bolsonaro para a vaga do STF. O evento ocorrerá na próxima semana, segundo o anúncio.

Apesar do anúncio, apoiadores do governo afirmam que precisam de uma data definitiva, de modo a apurar a sabatina. A pressão vem por causa de pautas relevantes ao Governo Federal que estão em trânsito no STF.

O caso de Alcolumbre

Davi Alcolumbre está com o pedido de sabatina de André Mendonça desde 13 de julho e segura a nomeação por algumas desavenças políticas entre o presidente da CCJ e Jair Bolsonaro. Contudo, nos bastidores da política, alguns fatores parecem ser mais relevantes que outros nessa história toda.

Começando, ao que tudo indica, Jair Bolsonaro não teria dado apoio ao irmão de Davi Alcolumbre, Josiel Alcolumbre (DEM), na eleição de 2020 para a prefeitura de Macapá (AP). Isso porque, segundo fontes do Valor, o então presidente do Senado teria pedido apoio, que foi recusado pelo presidente. Contudo, vale lembrar que Davi sempre apoiou Bolsonaro em suas tratativas, apesar das contradições ideológicas entre eles.

Por outro lado, André Mendonça tem um perfil lavajatista e é tido por Bolsonaro como um ministro “terrivelmente evangélico”. Por causa disso, Alcolumbre, que é judeu, preferiu segurar a sabatina do novo integrante do STF. Isso porque questões religiosas são pautas caras às comunidades judaicas, dada a sua histórica repressão por conta de sua fé. Além disso, suspeitas de corrupção de Alcolumbre também levantaram a dúvida sobre a nomeação.

Por outro lado, segundo alguns analistas, a demora de Alcolumbre não se deve ao nome de André Mendonça em si, mas sim à indicação de Bolsonaro. Nos bastidores, tudo indica que Alcolumbre esperava mais do presidente em relação a pautas caras ao governo.

Davi Alcolumbre André Mendonça
Foto: Agência Brasil

A sabatina de André Mendonça

Davi Alcolumbre marcou para a semana que vem a sabatina de André Mendonça. Apesar disso, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) não deu detalhes efetivos de data. Na ocasião, André Mendonça não será o único sabatinado. Junto com ele, outras figuras públicas serão nomeadas.

Além de André Mendonça, o governo vai sabatinar Mauro Pereira Martins, para o Conselho Nacional de Justiça; Richard Paulro Pae Kim, para o Conselho Nacional de Justiça; Marcio Luiz Coelho de Freitas, para o Conselho Nacional de Justiça; Jane Granzotto Torres da Silva, para o Conselho Nacional de Justiça; Salise Monteiro Sanchotene, para o Conselho Nacional de Justiça; Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, para o Conselho Nacional de Justiça; Roberto da Silva Fragale Filho, para o Conselho Nacional de Justiça; Daniel Carnio Costa, para o Conselho Nacional do Ministério Público e Morgana de Almeida Richa, para o Tribunal Superior do Trabalho.

Contudo, a vaga mais aguardada é a remanescente no STF. Com ela preenchida, em tese, o governo teria mais um aliado, junto com Nunes Marques, para a votação de pautas caras ao governo. Contudo, a Corte vota pautada na lei existente, o que limita o trabalho desses agentes.

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