Ibovespa cai com alta de juros e queda no PIB

A semana não começou bem nos mercados de renda variável do Brasil e dos Estados Unidos. Por aqui, o Ibovespa operou em forte queda, fechando em baixa de 0,75%. Por outro lado, as bolsas americanas ficaram de lado. Os resultados de hoje são os reflexos de uma política de aumento de juros nos Estados Unidos. Com isso, haveria uma diminuição pelo apetite ao risco dos investidores, principalmente os internacionais.

As perspectivas dos grandes bancos americanos é de quatro sucessivos aumentos nos juros na economia americana. Apesar das notícias ruins de hoje, as mineradoras subiram. Por outro lado, Banco Inter e Magazine Luiza lideraram as baixas do dia.

Vai aumentar os juros por lá!

Depois da ata do FED de que vai aumentar os juros na economia americana, o Ibovespa operou em mais uma queda anual refletindo o desgosto dos investidores por ativos de maior risco nesse momento. Como metade da liquidez do índice brasileiro vem de fora, quando o apetite fica menor, a bolsa cai. Em entrevista, o CEO do banco JP Morgan, Jamie Dimon, diz que o banco acredita em, pelo menos, quatro altas de juros por lá.

A ideia é frear a inflação, que está acima dos patamares médios da economia americana. Em outros países desenvolvidos a realidade é a mesma. Com isso, o caminho também será igual, afirmam analistas. Com os juros aumentando nas economias desenvolvidas, aumenta a pressão sobre o Brasil. Apesar disso, o Banco Central ainda não tem um plano definido.

Com os juros aumentando lá fora, o mercado começa a esperar uma Selic maior no fim do ano. Segundo o Boletim Focus dessa segunda-feira, 10, a Selic para o fim de 2022 deve ficar em 11,75%. Outros especialistas afirmam que a taxa deve ser menor que isso, mas não descartam um topo de 13% a 14% no primeiro semestre do ano.

Ibovespa
Foto: Shutterstock

Os impactos no Ibovespa

Com a alta dos juros americanos, fica mais caro que as empresas peguem empréstimos para crescer. Por outro lado, uma alta na Selic também diminui as compras dos consumidores. O resultado disso é a queda sucessiva do índice. Por isso, quando há aumento de juros no resto do mundo, as quedas são maiores.

Apesar disso, o Ibovespa chegou a cair mais de 1,6%. Passado o susto, o mercado se recuperou, fechando em -0,75% no dia. Usiminas, Fleury e Siderúrgica Nacional lideraram as altas, subindo 4,77%, 3,74% e 3,32% respectivamente. As altas das mineradoras acontecem por causa do preço do minério lá fora e não refletiram o temor da paralisação das operações em Minas Gerais, onde barragens correm riscos de rompimento. Das quedas, Banco Inter, Magalu e Méliuz caíram 8,56%, 7,71% e 5,74%, respectivamente.

Contudo, nos Estados Unidos o cenário foi diferente. Por lá, o índice Nasdaq chegou a cair mais de 2% no dia, mas se recuperou e fechou em leve alta de 0,046%. Acompanhando a lateralidade do índice, o S&P500 caiu leves 0,14%, enquanto o Dow Jones caiu mais, na casa dos 0,45%.

Por outro lado, com as novas perspectivas de alta dos juros, o Boletim Focus também noticiou uma perspectiva de maior queda no PIB brasileiro, que deve fechar 2022 em leve alta de 0,28%, ante uma previsão de 0,5% há quatro semanas. Dessa forma, o dólar operou em alta de 0,76%, fechando a R$5,67 na compra e na venda.

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