Evergrande dá o ar da graça e um alívio no curto prazo
O caso da incorporadora Evergrande continua ecoando nos mercados financeiros, mas agora a notícia é relativamente boa.
Em comunicado à Bolsa de Shenzhen (CSI 300 Index), a companhia fechou um acordo para o pagamento de uma dívida que venceria nesta quinta-feira (23).
Entenda o caso
A Evergrande é uma incorporadora chinesa que é responsável por grande parte da construção civil no país.
Além disso, a empresa conta com investimentos em outros ramos, como time de futebol, parques temáticos e mais.
Somando ao fato de a China ser a maior economia do mundo, a importância dessa empresa está na demanda de minério de ferro. Ela é responsável por grande parte das aquisições da commodity e, por isso, a chance de falência assusta os países que exportam o bem, como o Brasil.
Hoje, a empresa tem uma dívida total de US$300 bilhões e não há previsão de que ela honrará seus compromissos. Além disso, o governo chinês ainda não se pronunciou sobre o caso, nem se intervirá na companhia.
Para a economia do país asiático, a empresa é responsável por quase 4 milhões de empregos diretos e indiretos, somando uma parcela relevante da população sob seu controle.
O alívio curto
O anúncio do acordo, feito pela Evergrande, é um breve alívio aos mercados mundiais que operaram em queda nessa semana, devido ao temor mundial com o caso.
Segundo analistas, a notícia não salva a companhia de suas obrigações, mas dá um prazo maior para que os diretores da companhia consigam achar meios de resolver os débitos bilionários.
O pagamento dos juros que venceriam nesta quinta-feira foi adiado, o que também incorre em maiores juros. Apesar disso, a empresa não deu informações sobre outras dívidas que também vencem hoje (23).
Para a companhia, evitar o default (falta de pagamento) é prioridade no momento.
O mercado fica de olho
Com a chance de colapso na economia chinesa e, por consequência, na economia mundial, o mercado financeiro se recupera nos índices, mas ainda de olho nas notícias.
O presidente do Banco do Japão afirmou que a crise de liquidez da empresa não deverá se tornar um problema global, como foi o caso Lehmann Brothers.
Além disso, a última quarta-feira (22) foi recheada de novas notícias, com decisões do FED sobre a retirada – ou não – de estímulos da economia, além da definição da taxa Selic pelo Banco Central do Brasil.
Os índices abriram em alta, em especial o Ibovespa, que opera acima dos 1%. Nos Estados Unidos, o S&P 500 também está no verde, mas de forma lateral. Por outro lado, o Dow Jones sobe com uma força maior, na casa dos 1%, à espera das definições monetárias.
Bons investimentos!