Evergrande assusta o mundo

A incorporadora chinesa Evergrande voltou a dar notícias ruins ao mercado. Com as expectativas de que o governo chinês recuperaria a companhia e salvaria as dívidas, a empresa anunciou que não conseguiu vender parte da empresa.

Além disso, as ações da Evergrande caíram mais de 10% na volta às cotações.

Relembre o caso

A Evergrande é uma grande incorporadora da China, mais especificamente a segunda maior. Com o tamanho do mercado imobiliário chinês, a empresa contraiu dívidas para surfar na onda de crescimento da China. Contudo, essas dívidas somaram US$300 bilhões, o suficiente para derrubar o mundo todo em caso de calote.

E foi o que aconteceu. A empresa disse ao mercado que não conseguiria pagar suas obrigações, que reagiu de forma bastante previsível: as bolsas do mundo caíram. Somado ao temor, à época, de calote dos EUA, aumento do teto de gastos por lá, aumento das commoditties, os investidores fugiram da renda variável e os índices perderam força.

Apesar disso, os outros problemas parecem ter se resolvido. E a Evergrande anunciou, ao mesmo tempo, que tentaria vender parte de sua empresa. A Evergrande Property Services, uma das empresas da companhia, seria vendida por US$2,6 bi. Apesar de bem longe do total da dívida, era um alívio.

Vale lembrar que a dívida da Evergrande se espalhou para outras incorporadoras da China, causando uma crise imobiliária.

Evergrande
Mercado financeiro ‘balança’ por conta de incorporadora chinesa – Foto: Pixabay

Evergrande não vendeu a empresa

Hoje pela manhã a Evergrande anunciou que a operação de venda da Evergrande Property Services foi cancelada. Com isso, o pagamento das dívidas da empresa ficam cada vez mais difíceis de serem pagas.

Segundo a Evergrande, a Hopson, empresa compradora, não “teve motivos para acreditar que o comprador não cumpriu o pré-requisito para fazer uma oferta geral por ações da Evergrande Property Services”.

Com isso, as ações da companhia, que voltaram hoje à bolsa, caíram 12,54%, ficando cotadas a HK$2,58. Isso representa uma queda de mais de 90% desde que a companhia atingiu o preço máximo, em 2017. A operação com as ações da empresa foram suspensas após o pregão de 31 de setembro.

Dessa forma, o mercado mundial começa a se preocupar sobre qual será a saída para a crise. Isso porque a China não dá sinais de que comprará as dívidas da empresa. Com isso, as empresas que têm direito a pagamentos podem ficar sem ver a cor do dinheiro e isso gerar um efeito dominó na economia. Apesar de causas diferentes, as consequências são as mesmas do caso Lehman Brothers em 2008, uma das piores recessões do mundo.

Com a notícia, índices internacionais ficam de lado, com Nasdaq subindo 0,22%, enquanto S&P 500 cai 0,06%. O índice Dow Jones cai 0,34%. Por aqui, o Ibovespa opera em queda, mas com ênfase maior à questão dos precatórios e do Auxílio Brasil.

De qualquer forma, não é um excelente momento para o investidor em renda variável. Agora, mais que nunca, pensar no longo prazo deve ser uma prioridade.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.