Empresário troca Bolsonaro por Sérgio Moro; entenda
O maior doador da campanha do PSL em 2018, Wilson Picler, defenderá a campanha eleitoral do ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro. A informação é da revista Veja. O empresário, que é dono das redes de ensino Uninter, chegou a doar R$800 mil à sigla do então candidato Jair Bolsonaro. Segundo ele, a doação foi feita para fortalecer a legenda. Contudo, pessoas próximas a ele afirmam que o empresário se decepcionou com as políticas do atual governo. Agora, ele busca trocar de ares.
Apesar da doação generosa, Wilson Picler declarou um patrimônio de R$48,9 milhões de reais em 2018. Dessa forma, o partido de Sérgio Moro espera doações similares para a campanha desse ano. Além disso, o Podemos, partido do ex-juiz, contará com o fundo eleitoral para promover a campanha de seu candidato.
Por que trocou?
Não é comum que grandes apoiadores se exponham publicamente sobre as eleições. Contudo, Wilson Picler é figura conhecida. O empresário é ex-deputado federal pelo PDT, partido que deixou em 2015 para se filiar ao Patriotas, onde ficou até 2018. Atualmente, Wilson segue filiado ao PSL e faz parte da ala que não apoia publicamente o presidente Bolsonaro.
“Não tenho nada contra o Bolsonaro”, disse Picler em entrevista ao jornal Estadão. “Ajudei ele. Na época, ele disse que não haveria reeleição, que ia acabar com a reeleição, que não concorreria à reeleição. Também falou muito de Lava Jato. No fim, acabou tendo reeleição e a Lava Jato sofreu um revertério muito grande”, completou. O presidente Bolsonaro falou em entrevista, ainda quando era pré-candidato à presidência, que não buscaria a reeleição e, ainda, proporia uma extensa reforma política no Congresso.
Além disso, Wilson Picler afirmou que Sérgio Moro é o candidato mais forte para combater a polarização. Segundo ele, a população defende a manutenção da Lava Jato. Ele alega que, se Lula disputar a eleição, Moro seria fundamental nesse processo. “O Bolsonaro já governou. Está terminando o mandato dele. E eu sou contra a reeleição para cargos de Executivo. Faço parte de um rol de brasileiros que estão frustrados com o que aconteceu com a Lava Jato. E se o Lula vai disputar a eleição, então o Sérgio Moro é fundamental nessa disputa”, afirmou o empresário.
Sérgio Moro precisa defender o trabalho da PF
Além de discordar de algumas atitudes do presidente Bolsonaro, o fundados da Uninter afirma que a participação de Moro nas eleições é fundamental. Isso porque, segundo ele, os debates darão a chance de o ex-juiz explicar os processos da Operação Lava Jato e tirar dúvidas sobre o trabalho da PF nessa operação.
“Se acontecer de Moro ir para o segundo turno contra o Lula, será como se o ex-presidente estivesse indo a uma espécie de júri popular“, disse Wilson. Isso porque Moro foi o juiz responsável por julgar e determinar a prisão do ex-presidente Lula. Em discursos, o petista afirma que Sérgio Moro não foi imparcial nos julgamentos e que a verdade prevaleceu.