Dólar fecha essa sexta-feira (29) em alta, cotado a R$ 5,64
O dólar fechou em alta de 0,41%, cotado a R$ 5,6476, sexta-feira (29), fechando outubro com avanço de 3,71% frente ao real, em meio às preocupações com a situação fiscal do país. Na semana, a alta foi de 0,34%.
Na máxima do dia, alcançada pela manhã, a moeda norte-americana foi a R$ 5,6829, alta de 1,01%. Na parte da tarde, pouco antes das 16h (horário de Brasília), o dólar foi à mínima do pregão, de R$ 5,5982. Com o resultado desta sexta, a alta no acumulado do ano passou a ser de 8,8%.
Cenário para as variações do dólar
Na cena doméstica, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), formado pelo governo e representantes dos estados, aprovou nesta sexta-feira (29) o congelamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) estadual cobrado nas vendas de combustíveis, por 90 dias.
O anúncio acontece em meio à forte alta dos combustíveis, provocada pelo aumento do petróleo no mercado internacional e pela disparada do dólar – fatores levados em conta pela Petrobras para calcular o preço do nas refinarias.
Mesmo com o maior aperto monetário promovido pelo Banco Central, a alta adotada para a taxa Selic foi vista por parte dos mercados como insuficiente diante dos persistentes riscos fiscais e inflacionários do Brasil, principalmente diante de ameaças concretas ao teto de gastos em meio à pressão do governo por um Auxílio Brasil de R$ 400 e a surpresas para cima em indicadores recentes de inflação.
Na noite de quarta-feira (3), o Banco Central decidiu elevar a taxa básica de juros da economia de 6,25% para 7,75% ao ano, o maior patamar em quatro anos.
Na avaliação de economistas ouvidos pelo g1, o combate à inflação ficou mais difícil porque o BC não tem tido companhia nessa briga. O que falta, dizem, é uma sinalização do comprometimento do governo Jair Bolsonaro com a responsabilidade fiscal.
Isso porque o controle das contas públicas gera um efeito em cascata: melhora a credibilidade do país, atraindo mais investidores estrangeiros; isso se reflete no câmbio, o que ajuda a manter a inflação sob controle.
O mercado projeta atualmente uma Selic em 8,75% ao ano no fim de 2021, chegando a 9,5% ao término de 2022. Mas parte dos analistas já prevê a taxa de juros chegando a dois dígitos.
Na cena externa, a inflação nos 19 países da zona do euro subiu para 4,1% em outubro, de 3,4% um mês antes, superando a previsão de consenso, de 3,7%, e e se igualou a sua máxima histórica, criando um dilema de política monetária para o Banco Central Europeu (BCE).