Dólar está caindo? Valor fica próximo a R$4,90; veja alguns dos motivos

Depois de iniciar o dia com flutuações leves entre perdas e ganhos, o dólar registra queda superior a 1% frente ao real e volta a operar abaixo de R$ 5, seguindo a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de março nos Estados Unidos, que ficou abaixo do previsto. Às 11h36 desta quarta-feira, 12 de abril, no horário de Brasília, a moeda norte-americana apresentava uma queda de 1,55%, cotada a R$ 4,929 para compra e R$ 4,930 para venda. No menor valor do dia, o dólar chegou a R$ 4,918.

O índice de inflação dos Estados Unidos apresentou aumento de 0,1% em março, em comparação com fevereiro, conforme dados ajustados sazonalmente. No acumulado de 12 meses, o índice atingiu 5,0%. As expectativas da Refinitiv, no entanto, eram de um crescimento de 0,2% em março em relação a fevereiro e uma projeção de 5,2% para o período de um ano. Esses números podem impactar as decisões do Federal Reserve em relação às taxas de juros, possivelmente levando a uma pausa na política de aperto monetário antes do que o mercado previa.

O dólar tende a se fortalecer com taxas de juros mais altas nos Estados Unidos, pois isso atrai investimentos para o mercado de renda fixa americano. Portanto, a proximidade do fim do ciclo de aumento de juros no país beneficia a moeda brasileira, favorecendo operações de carry trade em emergentes – em que os traders se financiam com moedas de baixo rendimento em países desenvolvidos para adquirir moedas de mercados com retornos mais elevados, resultando em sua valorização.

Após a divulgação dos dados de inflação, os futuros das taxas de juros de curto prazo dos EUA passaram a indicar aproximadamente 60% de probabilidade de um aumento de 0,25 ponto percentual pelo Fed em maio, em comparação com cerca de 73% antes da divulgação dos dados.

Vale ressaltar que, no dia anterior, o dólar encerrou a R$ 5, atingindo o menor nível desde junho de 2022, devido aos dados de inflação brasileira também inferiores ao esperado (resultando em maior fluxo de capital para o Brasil, mesmo com a perspectiva de redução de juros mais cedo no país) e à percepção recente de que o Fed pode antecipar o fim do ciclo de alta de suas taxas básicas (além da expectativa por mais detalhes sobre o cenário fiscal).

Dólar em queda
Dólar fecha em menos patamar cotado à quase R$ 4,90 – Foto: Pixabay

Alguns motivos da queda do dólar

IPCA

O índice oficial de inflação do Brasil – IPCA – ficou no mês de março abaixo das expectativas esperadas pelo mercado, chegando a 0,71%. Ademais, o IPCA acumulou um aumento de 4,65% nos últimos 12 meses até março, situando-se no centro da meta estipulada pelo Banco Central (BC) pela primeira vez desde o começo de 2021. É a menor taxa acumulada em menos de dois anos.

Atividade Econômica

Especialistas colocam que outro motivo da queda do dólar está relacionado a atividade econômica que está baixa em outros países, sendo um elemento para reforçar a tendência de queda da divisa estrangeira. Portanto, os juros tendem a não subir tanto, o que leva a mais investidores para a Bolsa de Valores, inclusive estrangeiros.

Entrada de dólares pelas exportadoras

As exportadoras também colaboram para a diminuição do dólar. Com colheitas recordes, essas empresas estão experimentando lucros elevados e repatriam grande parte desses recursos em dólares para o Brasil. Isso intensifica o fluxo da moeda estrangeira e ajuda na sua desvalorização em relação ao real.

Arcabouço Fiscal

Um dos outros fatores é o novo Arcabouço Fiscal que substituirá o teto de gastos, a ser aprovado em breve no Congresso Federal.

As ações propostas no final de março pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, irão auxiliar o Brasil a alcançar uma política fiscal consistente. Dessa forma, as novas diretrizes fiscais devem colaborar para manter a moeda norte-americana em queda.

Saiba mais: Wise: com dólar baixo, é hora de ter uma conta internacional

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.